
O deputado federal Sargento Fahur (PSD) será investigado pelo Conselho de Ética da Câmara após denúncia apresentada pelo PSOL. O presidente da Casa, Hugo Motta (PP-PB), anunciou o encaminhamento de 20 casos ao colegiado, todos relacionados a episódios recentes envolvendo parlamentares bolsonaristas.
Fahur é acusado de agredir o deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL) durante reunião da Comissão de Segurança Pública. Segundo a representação, o comportamento do parlamentar configura quebra de decoro e poderá resultar em punições severas, incluindo a cassação do mandato.
Na ocasião, Fahur chegou a declarar que gostaria de assistir a um filme em que Vieira fosse atacado. O pastor, que também atua como artista, participou do longa “Marighella”, de Wagner Moura, interpretando uma vítima da ditadura militar.

O caso ocorreu no mesmo período em que aliados de Jair Bolsonaro tentavam pressionar a Câmara a votar a anistia dos envolvidos nos atos golpistas do 8 de janeiro. A atitude do deputado gerou reações imediatas de colegas, que cobraram providências da Mesa Diretora.
Fahur, em seu segundo mandato, construiu sua trajetória política como representante da chamada “bancada da bala”. Ex-policial militar, o parlamentar costuma ressaltar sua atuação em ocorrências que resultaram na morte de suspeitos.
Com a abertura do processo, o Conselho de Ética avaliará os fatos e poderá aplicar sanções que vão de advertência à perda do mandato. A análise será conduzida por relatores designados e dependerá da maioria do colegiado para avançar.