
O FBI realizou nesta sexta-feira (22) uma operação na residência de John Bolton, ex-assessor de segurança nacional do governo Donald Trump e crítico do presidente. A ação ocorreu na região de Washington, segundo a Associated Press, que citou uma fonte com conhecimento do caso.
A busca faz parte de uma investigação sobre o manuseio de documentos sigilosos. Um representante do governo confirmou a operação ao Guardian, sem dar mais detalhes.
O diretor do FBI, Kash Patel, publicou uma mensagem enigmática na rede X: “Ninguém está acima da lei… agentes do FBI em missão.” Em seguida, Dan Bongino, vice-diretor da agência, reforçou o tom: “Corrupção pública não será tolerada.”
NO ONE is above the law… @FBI agents on mission
— FBI Director Kash Patel (@FBIDirectorKash) August 22, 2025
Ainda não foram divulgadas informações sobre as acusações que embasaram o mandado judicial necessário para a busca. O New York Post informou que a operação começou por volta das 7h (horário de Washington). A CNN, que também noticiou o caso, disse que repórteres presenciaram agentes do FBI perto da residência de Bolton, localizada em Maryland.
Bolton não estava em casa durante a ação. Em contato com a CNN, ele afirmou não ter conhecimento prévio da operação e que buscava mais informações. Segundo a AP, enquanto a busca ocorria, Bolton foi visto no saguão do prédio onde mantém um escritório em Washington, conversando com duas pessoas que vestiam coletes com a inscrição “FBI”.
Nem o FBI nem o Departamento de Justiça comentaram oficialmente a operação. Um porta-voz da agência disse ao New York Times que os agentes estavam “realizando atividade autorizada pela corte na área”.
Bolton não foi detido nem acusado de qualquer crime durante a operação, de acordo com fontes da Associated Press.
John Bolton atuou como terceiro assessor de segurança nacional de Trump por 17 meses, em conflito com o presidente sobre Irã, Afeganistão e Coreia do Norte. A primeira administração de Trump tentou impedir, sem sucesso, a publicação de um livro de Bolton que continha informações sigilosas.
Em seu primeiro dia de volta ao cargo este ano, Trump revogou autorizações de segurança de mais de quatro dezenas de ex-oficiais de inteligência, incluindo Bolton. Ele também foi um dos três ex-funcionários de Trump que tiveram a proteção de segurança cancelada.
Meghan Hays, ex-conselheira especial de Joe Biden, disse à CNN que a operação “parece extremamente política, extremamente mesquinha” e que tem cheiro de “vingança pura” de Trump, além de representar “uso inadequado dos recursos do FBI”.
Roger Stone, operador político e aliado de longa data de Trump, postou nas redes sociais: “Bom dia, John Bolton. Como é ter sua casa invadida às 6 horas da manhã?”.
BREAKING: Federal agents raided the Maryland home of Trump’s former national security advisor, Ambassador John Bolton, this morning. pic.twitter.com/JP4LKY2X9t
— Fox News (@FoxNews) August 22, 2025