
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em prisão domiciliar desde 4 de agosto, pode ser alvo de prisão preventiva determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O prazo para a defesa apresentar explicações sobre o indiciamento no caso da trama golpista se encerra hoje, às 20h34, após determinação do magistrado. A Procuradoria-Geral da República também pode se manifestar dentro desse prazo, podendo pedir arquivamento, denúncia ou mais investigações.
Bolsonaro foi indiciado junto ao filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pela Polícia Federal, acusado de obstrução da Justiça e tentativa de abolir o Estado democrático de Direito.
Entre os elementos anexados aos autos, consta um pedido de asilo político para a Argentina encontrado no celular do ex-presidente, além de mensagens de apoio a atos golpistas e ataques ao STF, mesmo proibido de usar redes sociais.

Segundo especialistas, Alexandre de Moraes avaliará as manifestações da defesa e da PGR para decidir se houve descumprimento das medidas cautelares. Caso entenda que houve violação, a prisão preventiva pode ser decretada de imediato, sem necessidade de aguardar o julgamento marcado para 2 de setembro.
A defesa de Bolsonaro afirma que não houve desrespeito às medidas impostas e que foi surpreendida com o indiciamento. Os advogados informaram que cumprirão o prazo fixado pelo ministro para apresentar as explicações.
O julgamento, que será realizado pela Primeira Turma do STF, envolve o núcleo considerado central na organização da tentativa de golpe.