BB identifica ação de bolsonaristas para gerar pânico financeiro e deve acionar a PF

Atualizado em 23 de agosto de 2025 às 10:02
Uma mulher sentada em uma cadeira de escritório, olhando para um laptop. Ela está vestindo uma camisa branca e tem cabelo curto e cacheado. Ao fundo, há uma parede azul com um logotipo em forma de triângulo e uma linha diagonal. O ambiente parece ser um escritório moderno.
A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros. Foto: Karime Xavier

O Banco do Brasil (BB) identificou uma ação organizada de bolsonaristas nas redes sociais contra a instituição e, diante da gravidade do caso, a presidente Tarciana Medeiros passou a ser pressionada por integrantes do Judiciário e por bancos a acionar a Polícia Federal (PF), conforme informações da Folha de S.Paulo.

Em ofício enviado à Advocacia-Geral da União (AGU), o BB pediu medidas jurídicas cabíveis e alertou que a campanha de desinformação busca atacar o Estado de Direito e a segurança jurídica.

“Ameaças direcionadas a minar recursos institucionalizados no Banco do Brasil, por intermédio da disseminação de fake news quanto à existência de sanções estrangeiras ou bloqueio de ativos de magistrados da Suprema Corte, comprometem a estabilidade da ordem econômica, financeira e social; comprometem o desenvolvimento econômico equilibrado do país”, diz o documento.

Os boatos estimulam clientes a sacarem valores do banco, prática que, segundo técnicos do Banco Central, pode ser enquadrada como crime contra o sistema financeiro. A Lei 7.492, que rege esse tipo de infração, prevê de dois a seis anos de prisão, além de multa, para quem divulgar informações falsas ou distorcidas sobre instituições financeiras.

Em nota, o BB afirmou que “acompanha o surgimento de publicações inverídicas e maliciosas que disseminam desinformação em redes sociais, com o objetivo de gerar pânico, e que vai tomar as providências legais cabíveis para proteger sua reputação, seus clientes e seus funcionários”.

Ação bolsonarista

Entre os que incitaram a retirada de recursos está o advogado Jeffrey Chiquini, defensor de Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL). Em canal bolsonarista no YouTube, ele recomendou: “Quer um conselho? Quem tem conta no Banco do Brasil, cancele, tire dinheiro imediatamente”.

Segundo ele, o banco seria punido pelos Estados Unidos por supostamente descumprir a Lei Magnitsky e atender decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“O Banco do Brasil é 51% estatal, o Banco do Brasil vai cumprir a decisão do Flávio Dino e o Banco do Brasil vai ser sancionado pela Lei Magnitsky e vai ser desligado do sistema Swift global. Tirem imediatamente seu dinheiro do Banco do Brasil porque ele será sancionado, isso é uma certeza”, disse.

O sistema Swift, com sede na Bélgica, é a principal rede de mensagens bancárias internacionais do mundo, utilizada para pagamentos e transferências entre instituições financeiras.

O deputado federal bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO) também estimulou saques: “Tirem seu dinheiro dos bancos. Moraes vai quebrar o Brasil”, escreveu no X.