
O ministro Alexandre de Moraes solicitou a extradição de seu ex-assessor Eduardo Tagliaferro, denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por violar a legitimidade do processo eleitoral e tentar dificultar investigações de atos antidemocráticos. O pedido foi encaminhado ao Ministério da Justiça e, em seguida, ao Itamaraty, que iniciou a formalização junto ao governo da Itália, país onde Tagliaferro reside atualmente.
Segundo informações da denúncia, o ex-assessor, que atuou ao lado do magistrado quando este presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é acusado de violação de sigilo funcional, obstrução de investigação, coação no curso do processo e tentativa de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito.
A PGR afirma que ele teria vazado informações confidenciais obtidas no cargo para favorecer interesses próprios e de terceiros. O ofício pontua: “Informo a Vossa Excelência que o pedido de extradição do Sr. Eduardo de Oliveira Tagliaferro foi encaminhado ao Ministério das Relações Exteriores, em 20 de agosto de 2025, para formalização junto ao Governo da Itália”.

Em julho, Tagliaferro afirmou em suas redes sociais que revelaria os bastidores do gabinete de Moraes, alegando ter “bastante coisa” contra o ministro. Em abril, a Polícia Federal já havia indiciado o ex-assessor por divulgar diálogos do magistrado com servidores do TSE e do STF.
Ele nega as acusações, afirma ser vítima de perseguição política e conta com apoio de grupos bolsonaristas. Para o procurador-geral Paulo Gonet, a fuga à Itália mostra alinhamento de Tagliaferro a outros investigados, com o objetivo de atacar o trabalho das autoridades brasileiras.