
A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em São Paulo (CTB-SP) convocou a classe trabalhadora para um grande ato em defesa da soberania nacional no feriado de 7 de setembro. A manifestação, marcada para as 9h na Praça da República, em São Paulo, será realizada sob o lema “Quem manda no Brasil é o povo brasileiro” e deve reunir sindicatos, movimentos sociais e frentes populares.
A mobilização ocorre em meio ao agravamento das tensões políticas, marcado pelo tarifaço de Donald Trump contra produtos brasileiros e pela articulação da extrema direita em torno do projeto de anistia a Jair Bolsonaro e seus aliados.
De acordo com Rene Vicente, presidente da CTB-SP, a iniciativa busca reafirmar a ligação entre a defesa da soberania nacional e a preservação dos direitos sociais e trabalhistas. “A defesa da soberania nacional é inseparável da defesa dos direitos do povo trabalhador.
Não podemos aceitar a submissão do Brasil a interesses externos nem a impunidade dos que atentaram contra a democracia”, disse o sindicalista, destacando a importância da data simbólica para mobilizar diferentes setores da sociedade.
As críticas das entidades organizadoras miram tanto nas sanções impostas pelos Estados Unidos quanto nas ações de Bolsonaro e seus filhos, que, segundo elas, atuam em sintonia com interesses externos. A cobrança de uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras, anunciada por Trump, atingiu em cheio o agronegócio, a indústria e a geração de empregos, o que foi classificado pelos movimentos como ataque direto à soberania.
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Além da capital paulista, manifestações estão previstas em várias cidades do país, integrando a programação nacional do Grito dos Excluídos. Capitais como Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, Natal e Rio de Janeiro já confirmaram atos de rua no mesmo dia. A mobilização também terá presença de frentes como a Brasil Popular e a Povo Sem Medo, ampliando o alcance político do protesto.
O presidente nacional do PT, Edinho Silva, reforçou a convocação e afirmou que o 7 de setembro será uma oportunidade para dialogar com a sociedade sobre as ameaças à democracia e à soberania.
“O importante para nós é que possamos, no 7 de setembro, dialogar com a sociedade brasileira para que ela entenda o que está em disputa nesse momento da vida nacional”, disse, ressaltando que o partido enxerga a data como fundamental para conscientização política.
Segundo Edinho, embora setores da direita e da extrema direita tenham o direito de se organizar para as eleições de 2026, não se pode aceitar que discursos de viés autoritário e fascista guiem parte dessas mobilizações. Ele acusou líderes alinhados a Bolsonaro de atuarem em convergência com medidas de Trump, que, em sua visão, representam afronta à soberania nacional.
O calendário divulgado pelas entidades mostra a dimensão da mobilização: atos estão confirmados em estados como Bahia, Ceará, Pará, Espírito Santo, Goiás, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Sergipe. Em São Paulo, o evento será concentrado na Praça da República, com início às 9h. Já em Porto Alegre, a concentração ocorrerá às 14h no Largo dos Açorianos.
O Diretório Nacional do PT também aprovou uma resolução política com o título “Defender a democracia, a reforma da renda, a soberania e o Brasil”. O documento afirma que setores adversários representam riscos às instituições e reforça o compromisso do partido em articular mobilizações de massa contra medidas consideradas entreguistas.
Confira os horários e locais do ato divulgados até o momento:
- Amapá (AP) – Avenida Cabral
- Bahia (BA), Salvador – 09h, bairro Campo Grande
- Ceará (CE) – 08h, Praça da Paz
- Distrito Federal (DF) – 10h, Praça Zumbi dos Palmares
- Espírito Santo (ES) – 08h30, Praça Portal do Príncipe; encerramento na Praça João Clímaco
- Goiás (GO), Goiânia – 08h30, Praça do Trabalhador; passeata às 09h pela Feira Hippie
- Maranhão (MA) – Rubens Júnior
- Minas Gerais (MG) – Mobilização das Centrais Sindicais
- Paraíba (PB), João Pessoa – Reunião de organização do Grito dos Excluídos
- Pará (PA), Belém – 09h, Escadinha do Cais do Porto até a Praça da Prefeitura
- Pernambuco (PE), Recife – 09h, Parque 13 de Maio até a Praça do Carmo
- Rio de Janeiro (RJ), Rio de Janeiro – 09h, Rua Uruguaiana com Presidente Vargas, Centro
- Rio Grande do Sul (RS), Porto Alegre – 14h, Ponte de Pedra, Largo dos Açorianos
- Rio Grande do Norte (RN), Natal – Concentração na Praça das Flores, Petrópolis
- Santa Catarina (SC) – Reunião na CUT e plenária de organização da mobilização
- São Paulo (SP) – 09h, Praça da República
- Mato Grosso do Sul (MS), Campo Grande – 08h, Grito dos Excluídos, cruzamento das ruas 13 de Maio com Dom Aquino
- Sergipe (SE), Aracaju – 09h, Praça da Catedral Metropolitana; Durante o desfile das escolas