
Gigantes americanas do setor de tecnologia e pagamentos criticaram o Pix em documento enviado ao United States Trade Representative (USTR). A manifestação partiu do Conselho da Indústria da Tecnologia da Informação (ITI), entidade que reúne 81 empresas como Visa, Mastercard, Amazon, Google, Apple, Microsoft, Meta, IBM e Nvidia.
Segundo apuração do Estadão, o ITI reconheceu que o Pix, lançado em 2020 pelo Banco Central, ampliou a inclusão financeira e até beneficiou empresas estrangeiras que atuam no Brasil. Mas afirmou que há “concorrência desigual”, já que o BC regula o sistema financeiro e, ao mesmo tempo, opera a ferramenta. “Na prática, os fornecedores de serviços de pagamento eletrônico dos EUA devem competir contra seu próprio regulador”, disse a associação, que também acusa a autarquia de ferir a “neutralidade competitiva”.
Entre os pontos questionados, estão: acesso do BC a dados sensíveis de concorrentes; obrigação dos bancos em destacar o Pix nos aplicativos; integração compulsória de redes; e padrões de segurança mais rígidos para privados do que para o próprio Pix. As empresas também reclamam que não podem usar suas credenciais para iniciar pagamentos via Pix, o que restringiria a competição.
O ITI sugeriu que as diferenças sejam tratadas por meio de diálogo entre os governos, embora o tema esteja dentro de um inquérito do USTR, aberto ainda na gestão de Donald Trump. O Banco Central foi procurado pelo Estadão, mas não se manifestou.