O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, embarca nesta terça-feira (26) para o México, em viagem oficial que busca ampliar as relações comerciais entre os dois países. O encontro ocorre em meio ao tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que já atinge em cheio as exportações brasileiras.
Segundo Alckmin, a agenda inclui reunião com a presidente Claudia Sheinbaum para tratar de setores estratégicos como biocombustíveis, energia, combustível de aviação sustentável, equipamentos médicos e agroindústria. Em 2024, o comércio bilateral movimentou mais de US$ 13 bilhões, e a expectativa é ampliar esse fluxo.
Os números mostram que o Brasil exportou R$ 7,8 bilhões em produtos para o México no ano passado, enquanto importou R$ 5,8 bilhões. Para o vice-presidente, há espaço para crescimento significativo dessa corrente de comércio.
Outro ponto em análise é a criação de um visto eletrônico para cidadãos dos dois países. A medida tem como objetivo facilitar o intercâmbio de trabalhadores e investidores, além de incentivar novas oportunidades de geração de emprego e renda.
Embora Alckmin não tenha mencionado diretamente, o tarifaço norte-americano deve estar presente nas conversas. Os Estados Unidos impuseram uma alíquota de 50% sobre produtos brasileiros, o que representa um forte impacto nas exportações nacionais.
No caso do México, Trump anunciou tarifas de 30% em julho, mas após negociação, o governo mexicano conseguiu adiar em 90 dias a entrada em vigor da medida. A pressão dos EUA é vista como um desafio comum para os dois países.
A visita também marca o primeiro encontro oficial entre Alckmin e Claudia Sheinbaum desde que a mexicana assumiu a presidência. O diálogo político deve fortalecer as relações bilaterais e abrir espaço para novas parcerias comerciais.
A estratégia do governo Lula, reforçada por Alckmin, é diversificar mercados e reduzir a dependência brasileira das exportações para os Estados Unidos. Nesse contexto, a aproximação com o México é considerada essencial para consolidar alternativas diante do cenário de restrições impostas pelo tarifaço.