Pode rir: presidente do Conselho de Ética não vê quebra de decoro em atos de Eduardo Bolsonaro

Atualizado em 24 de agosto de 2025 às 21:04
Presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Fabio Schiochet. Imagem: reprodução

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Fabio Schiochet (União-SC), afirmou neste domingo (24) à CNN que não enxerga quebra de decoro parlamentar nas quatro representações contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O filho do ex-presidente é acusado por PT e PSOL de articular, nos Estados Unidos, ataques ao Judiciário que resultaram em sanções contra o Brasil.

“Eu, como presidente do Conselho de Ética, não vejo quebra de decoro em cima desses movimentos que entraram no Conselho de Ética. Não houve agressão, não houve agressão verbal, não houve ganho em cima do mandato dele para ser passível de quebra de decoro parlamentar”, disse Schiochet.

As representações pedem investigação e até a cassação do mandato, mas, segundo ele, Eduardo só poderia perder o cargo por faltas à Câmara. Os processos, assim como outras 16 representações contra diferentes parlamentares, começarão a ser analisados em 2 de setembro.

“Nós vamos analisar, a partir do dia 2 de setembro, com muita responsabilidade, os 20 casos contra 11 deputados federais”, continuou o presidente do Conselho de Ética.

Schiochet afirmou que o colegiado será muito demandado em 2025 por ser ano pré-eleitoral. “O deputado Eduardo Bolsonaro pode perder o mandato por falta, por não estar vindo para a Câmara. Mas, nas representações que chegaram no Conselho de Ética, eu não vejo como quebra de decoro parlamentar para pedir a cassação de mandato”, declarou.

“Vai ser um ano muito conturbado, um ano muito agitado no Conselho de Ética. Junto dos nossos 20 membros do colegiado, nós teremos que ter muita responsabilidade porque está se banalizando o Conselho de Ética”, continuou.

Eduardo Bolsonaro está desde o início do ano nos Estados Unidos e, portanto, sem participar das sessões da Câmara dos Deputados. Além disso, atua em defesa dos interesses de sua família e é apontado como um dos principais articuladores de medidas como a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, sanções a autoridades brasileiras e até o tarifaço imposto pelo governo Trump.

Sofia Carnavalli
Sofia Carnavalli é jornalista formada pela Cásper Líbero e colaboradora do DCM desde 2024.