Valdemar diz que “mandaram” minuta de asilo na Argentina a Bolsonaro, mas não revela autor

Atualizado em 25 de agosto de 2025 às 15:45
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e Jair Bolsonaro, ex-presidente da República. Foto: Reprodução

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, declarou nesta segunda (25) que Jair Bolsonaro recebeu a minuta de um pedido de asilo político à Argentina, mas evitou revelar quem enviou o documento ao ex-presidente. O arquivo foi descoberto pela Polícia Federal e incluído em relatório que indiciou o ex-presidente na semana passada.

“Mandaram para ele, agora que eu entendi. Eu sei quem foi, mas não quero falar. Mandaram para ele no celular”, disse Valdemar durante evento do Esfera Brasil, em São Paulo.

O texto, encontrado no celular do ex-presidente por ordem do ministro Alexandre de Moraes (STF), indicava que ele se dizia perseguido “por motivos e por delitos essencialmente políticos”. O arquivo teria sido salvo em fevereiro de 2024, pouco depois de Bolsonaro ser alvo de uma operação em Angra dos Reis (RJ).

Valdemar tentou minimizar o episódio, alegando que Bolsonaro nunca teve a intenção de pedir asilo ao governo de Javier Milei. “Não foi ele, porque ele nunca quis ir para lá e, se ele for para lá, ele não precisa pedir asilo, é só atravessar um rio que o Milei vai falar: ‘Bolsonaro!’”, ironizou.

Jair Bolsonaro abraça Javier Milei durante conferência CPAC Brazil em Balneário Camboriú (SC), em julho de 2024. Foto: Evaristo Sá/AFP

O presidente do PL também comparou Bolsonaro a Che Guevara: “Estão transformando o Bolsonaro em um Che Guevara. Quero dizer, não com o que o Che Guevara fez, porque ele era de esquerda, mas no prestígio que ele tinha”, afirmou. Segundo Valdemar, Bolsonaro passou a ser alvo de perseguição assim como outras figuras históricas.

O evento do Esfera Brasil foi marcado por menções a Bolsonaro. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, afirmou que o ex-chefe do Executivo “conquistou uma importância” que pode ser determinante nas eleições de 2026. Ele destacou que a força política de Bolsonaro segue relevante, apesar de sua inelegibilidade até 2030.

Já o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), visto como possível substituto de Bolsonaro na disputa presidencial, evitou citar o nome do padrinho político. Ele lançou um slogan lembrando o ex-presidente Juscelino Kubitschek, sinalizando que pode tentar construir uma imagem independente para 2026.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.