
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o ex-comentarista da Jovem Pan Paulo Figueiredo construíram, ao longo dos últimos meses, uma rede de aliados nos Estados Unidos que ajudou a levar adiante suas pautas contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. A articulação teve início em dezembro de 2024.
Na ocasião, Figueiredo se encontrou com aliados de Trump na Heritage Foundation, sede da transição do republicano, para pedir que o governo dos EUA cassasse os vistos de ministros da Corte, o que posteriormente resultou em sanções contra magistrados. Conheça os principais interlocutores da dupla de golpistas com a Casa Branca:
Jason Miller

No centro dessa articulação está Jason Miller, ex-porta-voz de Donald Trump e consultor político. Amigo próximo da dupla, ele ganhou protagonismo após ser detido pela Polícia Federal em Brasília em 2021, episódio usado pelo bolsonarismo para atacar Alexandre de Moraes.
Desde então, tem se tornado peça-chave nas pressões sobre o governo Trump em relação ao Brasil e chegou a comemorar publicamente as sanções contra o ministro do STF.
Sebastian Gorka

Outro aliado é Sebastian Gorka, assessor de contraterrorismo de Trump. Húngaro-americano, ele foi conselheiro de Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, e mantém laços históricos com Eduardo e Figueiredo, especialmente em eventos da CPAC.
Considerado um símbolo da extrema-direita global, Gorka é visto por Eduardo como referência e ajudou a manter o bolsonarismo em sintonia com figuras de peso do trumpismo.
Seu vínculo com Orbán, que manifestou apoio público a Bolsonaro, reforça a linha ideológica que conecta Brasília, Washington e Budapeste.
Steve Bannon

O estrategista Steve Bannon também ocupa lugar de destaque nesse círculo. Mentor do movimento Maga e ex-assessor de Trump, ele mantém proximidade com Eduardo desde 2016.
Foi Bannon quem levou as demandas por sanções a Moraes ao secretário Marco Rubio e ao próprio presidente americano. Em declarações recentes, exaltou Eduardo como “um dos líderes mais extraordinários do mundo”, dizendo que vê o deputado como herdeiro político do pai no cenário internacional.
Ricardo Pita

No campo diplomático, a dupla brasileira conta com o apoio de Ricardo Pita, conselheiro-sênior do Departamento de Estado. De origem venezuelana, ele ajudou a articular sanções contra Moraes e se reuniu com Bolsonaro em Brasília, provocando reações da diplomacia brasileira.
Darren Beattie e Matt Gaetz

Já Darren Beattie, subsecretário de Estado para Diplomacia Pública, é conhecido por suas posições ideológicas e pela proximidade com Matt Gaetz, ex-deputado trumpista. Ele frequentemente alimenta tensões entre Brasil e EUA com comunicados duros, enquanto o aliado dá espaço a Figueiredo em seu programa de TV.
Chris Smith

A lista de aliados se completa com o veterano Chris Smith, deputado republicano de Nova Jersey. No Congresso americano desde 1980, atua na área de direitos humanos e foi convencido por Eduardo e Figueiredo de que decisões judiciais no Brasil contra bolsonaristas configuravam violações nessa área.
Ele passou a incluir o caso em relatórios oficiais e a pressionar a Casa Branca e o Departamento de Estado. Sua influência abriu espaço para que o discurso bolsonarista circulasse em comissões parlamentares ao lado de denúncias contra países como China e Índia.