
Menos de uma semana após a Câmara aprovar urgência para o projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda (IR) até R$ 5 mil, a articulação política no Congresso se intensificou. Lideranças do Centrão e da oposição defendem a retirada das medidas compensatórias, que preveem cobrança de tributos sobre altas rendas e dividendos. Com informações do Globo.
O relator do texto, deputado Arthur Lira (PP-AL), e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), devem discutir o tema com líderes partidários. A reunião acontece em meio à pressão de parlamentares que pedem cortes de despesas no lugar de novos impostos para bancar a revisão da tabela.
O governo estima impacto fiscal próximo de R$ 100 bilhões com a mudança e incluiu mecanismos de compensação para neutralizar o efeito sobre as contas públicas. Entre eles estão a tributação de lucros e dividendos acima de R$ 50 mil e alíquotas para remessas enviadas ao exterior.

A oposição, especialmente o PL e parte do União Brasil, articula a derrubada desses pontos. Segundo deputados desses partidos, a prioridade é aprovar a faixa de isenção sem impor novos encargos a setores empresariais, o que aumenta a resistência às compensações.
Integrantes do Centrão ainda divergem sobre o caminho a seguir. Enquanto líderes como Gilberto Abramo (Republicanos-MG) defendem retirar as taxações, outros parlamentares alertam que o projeto não pode avançar sem uma fonte de custeio definida para evitar acusações de irresponsabilidade fiscal.
No Planalto, a orientação é manter a versão atual do texto. O vice-líder do governo, Rubens Pereira Júnior (PT-MA), afirmou que a neutralidade fiscal é “inegociável” e que a proposta só poderá ser votada com mecanismos de equilíbrio orçamentário. A expectativa é de que a definição saia ainda nesta semana.