Julgamento de Bolsonaro: STF terá varredura em casas de ministros e vigilância 24h

Atualizado em 26 de agosto de 2025 às 22:44
Grades na praça dos Três Poderes, em frente ao STF, em Brasília. Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

O Supremo Tribunal Federal (STF) prepara um esquema especial de segurança para o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus no processo da trama golpista. A Corte determinou a realização de varreduras nas residências dos ministros, além de reforço no policiamento da sede do tribunal, em Brasília. O julgamento terá início em 2 de setembro e deve se estender até o dia 12.

De acordo com a Folha de S.Paulo, cerca de 30 policiais de tribunais de diferentes estados foram requisitados e já estão em Brasília. Eles se somam ao efetivo da Polícia Judicial e permanecerão 24 horas por dia no Supremo. Para isso, dormitórios improvisados foram montados dentro do prédio da Corte.

As medidas também incluem restrição de acesso à Praça dos Três Poderes e instalação de grades de contenção. A avaliação da segurança é que o reforço se tornou necessário diante do aumento das ameaças recebidas pelos ministros, em razão da proximidade do julgamento e da possibilidade de condenação de Bolsonaro.

Bolsonaristas durante intentona golpista de 8 de janeiro de 2023. Foto:
Marcelo Camargo/Agência Brasil

A segurança do Supremo considera dois fatores de risco principais. O primeiro é o fato de o julgamento ocorrer entre as comemorações do 7 de Setembro, marcado por manifestações bolsonaristas. O segundo é o histórico de ataques individuais contra a Corte, como o caso de Francisco Wanderley Luiz, o “Tiu França”, que se explodiu em frente à estátua da Justiça em 2024.

Grades de proteção, retiradas em 2024 em ato simbólico com a presença de Lula, Rodrigo Pacheco e Luís Roberto Barroso, foram recolocadas após o atentado de Tiu França e continuarão instaladas por tempo indeterminado. A presença de Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar, em alguma das sessões também é considerada pela equipe de segurança como fator de risco adicional.

O plano, em fase final de elaboração, prevê que os policiais requisitados permaneçam no STF por pelo menos dois meses. O julgamento será conduzido pela Primeira Turma da Corte, sob presidência do ministro Cristiano Zanin, com sessões nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro.