
Jair Bolsonaro (PL) mapeou ao menos três países como opções de fuga do Brasil para escapar de uma possível condenação por tentativa de golpe de Estado, conforme informações do colunista Bernardo Mello Franco, do Globo. Os Estados Unidos, a Hungria e a Argentina aparecem como destinos cogitados pelo ex-presidente, segundo revelações da Polícia Federal (PF) e investigações em curso.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na última terça-feira (26) que a PF mantenha vigilância sobre Bolsonaro para evitar uma fuga. No dia em que foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica, o ex-capitão deixou escapar a frase: “Sair do Brasil é a coisa mais fácil que tem”.
A medida foi tomada após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, recomendar que seria “de bom alvitre” reforçar o monitoramento. Moraes considerou a ideia “adequada e necessária” para garantir a aplicação da lei penal.
Documentos e indícios reunidos mostram que Bolsonaro já buscou alternativas no exterior. No fim de 2022, antes de deixar a Presidência, ele viajou para a Flórida, nos Estados Unidos, onde permaneceu por meses. Em 2023, com medo de ser preso, escondeu-se por duas noites na embaixada da Hungria e chegou a se preparar para pedir ajuda ao premiê ultradireitista Viktor Orbán.
🇧🇷🇭🇺 ATENÇÃO: Após megaoperação da PF sobre golpe, Bolsonaro se escondeu na Embaixada da Hungria em Brasília.
Imagens de câmeras de segurança obtidas pelo The New York Times mostram que o ex-presidente chegou à Embaixada no dia 12 e saiu dois dias depois.pic.twitter.com/cZY5LVpV8A
— Eixo Político (@eixopolitico) March 25, 2024
Mais recentemente, a PF encontrou no celular do ex-presidente o rascunho de um pedido de asilo ao argentino Javier Milei, hoje envolvido em suspeitas de corrupção.
A relação de Bolsonaro com Donald Trump também é vista como parte dessa estratégia. O presidente americano chegou a retaliar o Brasil com tarifas, revogar vistos e enquadrar Alexandre de Moraes na Lei Magnitsky, editada originalmente para punir terroristas e ditadores. Analistas apontam que Trump poderia oferecer asilo político a Bolsonaro, reforçando o alinhamento entre os dois.
Enquanto nega qualquer intenção de fugir, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar em Brasília, a poucos minutos do setor de embaixadas.
