
O governo Lula acompanha com atenção o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), iniciado nesta terça-feira (2). Auxiliares do Planalto avaliam que o voto do ministro Luiz Fux será a principal incógnita na análise do inquérito sobre a tentativa de golpe de 2022.
Segundo integrantes do governo, a expectativa é de que Fux apresente divergências em relação ao relator da ação, ministro Alexandre de Moraes, mas não peça vistas do processo, o que adiaria a conclusão do julgamento. A aposta é de que o ministro vote pela condenação de Bolsonaro apenas em parte das acusações.
Bolsonaro responde na Primeira Turma do STF por cinco crimes: organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União; e deterioração de patrimônio tombado.

Além do ex-presidente, outros sete réus são julgados nesta fase, entre eles cinco militares de alta patente, o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o ex-ministro da Justiça e delegado Anderson Torres.
Ministros do governo Lula entendem que, mesmo com divergências pontuais, a tendência é que a maioria da Primeira Turma acompanhe o relator Alexandre de Moraes, que defendeu a responsabilização de Bolsonaro e de seus aliados.
O julgamento é considerado um dos mais relevantes da história recente do Supremo e deve definir o destino político de Bolsonaro e de parte de seu núcleo militar e político, acusados de planejar e executar a trama golpista após as eleições de 2022.