Motta despista sobre anistia após reunião com Tarcísio: “Não existe definição”

Atualizado em 4 de setembro de 2025 às 12:38
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Foto: Reprodução

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou nesta quinta (4) que ainda não há definição sobre a votação de uma proposta de anistia aos condenados pelo ataque de 8 de janeiro de 2023. Segundo ele, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem demonstrado interesse no tema, mas as conversas seguem em fase de negociação.

Motta se reuniu na quarta (3) com Tarcísio em Brasília para tratar da questão. O encontro faz parte da estratégia do governador de intensificar articulações no Congresso em defesa de uma medida que conceda perdão aos envolvidos. A proposta poderia alcançar também o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu padrinho político.

“Nós estamos sempre ouvindo o colégio de líderes nessas pautas. Não tem ainda nenhuma novidade com relação a isso. O governador é um querido amigo, é do nosso partido, nós temos dialogado sempre. Ele tem o interesse que se paute a anistia, isso é público. Mas estamos ouvindo a todos: aqueles que têm interesse e também os que não têm”, afirmou Motta.

O deputado reforçou que, por enquanto, não há acordo construído para levar o texto à votação. “Estamos muito tranquilos em relação a essa discussão. Não existe ainda definição”, prosseguiu o presidente da Casa.

Bolsonaristas durante o ataque de 8 de janeiro de 2023 em Brasília. Foto: Agência Brasil

A pressão dos aliados de Bolsonaro cresceu nesta semana, em meio ao início do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tentativa de golpe. O ex-presidente e outros sete ex-integrantes de seu governo respondem a cinco crimes relacionados ao plano golpista.

Tarcísio também esteve com o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), que manifestou esperança de que Motta coloque a proposta em votação. O bolsonarista reclamou da iniciativa do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que sinalizou a apresentação de um texto alternativo, excluindo qualquer possibilidade de anistia a Bolsonaro.

“O presidente do Senado tem a obrigação de pautar e não discutir texto. É função de todo o Senado. O que queremos do Alcolumbre é o compromisso de que vai colocar em plenário. A partir do momento da condenação do Bolsonaro, não há texto alternativo. As penas são para todos os crimes”, afirmou.

Uma das ideias discutidas por Alcolumbre é diferenciar o tratamento aos acusados de acordo com o grau de participação nos atos de 8 de janeiro. O presidente do Senado defende penas distintas para quem financiou os atos e para quem apenas esteve presente na Praça dos Três Poderes sem praticar vandalismo.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.