Se o STF puser Bolsonaro na cadeia, é porque quer matá-lo, diz Ciro Nogueira

Atualizado em 5 de setembro de 2025 às 6:19
Um homem sentado em uma cadeira de escritório, com uma expressão séria. Ele está vestido com um paletó claro e uma camisa escura. Ao fundo, há cortinas verticais e várias bandeiras, incluindo bandeiras do Brasil e de estados. A mesa à sua frente tem um livro aberto.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI), em entrevista à Folha, em seu gabinete. Foto: Gabriela Biló

O presidente do PP, Ciro Nogueira, disse em entrevista à Folha de S.Paulo que, se o Supremo Tribunal Federal (STF) puser Jair Bolsonaro (PL) na cadeia, é porque quer matá-lo. Segundo o senador, o ex-presidente está com a saúde debilitada e sofre o tempo todo:

Davi Alcolumbre (União-AP) falou que vai apresentar um texto alternativo ao PL da Anistia. O sr. sabe que projeto é esse? O mais importante é o momento de ser apresentado. A fala do presidente Barroso é muito dura. O que eu defendia é que votasse na Câmara antes [do julgamento] e logo depois no Senado. Mas vamos fazer o que for mais correto e eu acho que tem que ter esse respeito à fala do presidente Barroso.

Acha que há voto na casa para esse projeto alternativo? Nem se fala, tem voto demais, vai ser quase unanimidade.

O presidente da Câmara, Hugo Motta, antes estava resistente, mas agora admite pautar a anistia. O que mudou? Pode ter passado a ter clima [favorável]. O próprio julgamento, a declaração do presidente Barroso foi muito importante. O Barroso repercutiu muito menos do que deveria repercutir na mídia, me perdoe. Dizer que a anistia é uma decisão política é muito forte. (…)

O sr. consultou Bolsonaro sobre essa articulação? Ele me deu essa missão de lutar aqui e eu vou cumpri-la. (…)

O sr. acha que a anistia pode ser aprovada a tempo de Bolsonaro não ir para a cadeia? Eu espero que seja. Se existe uma pessoa com a saúde debilitada é ele. Sofre o tempo todo com soluço, passando mal, vomitando. Se botarem ele na cadeia, é porque querem matar o Bolsonaro. Eu espero que não exista esse espírito no Supremo, de querer matar o presidente. (…)

Ouvimos que a ideia seria anistia ampla, com Bolsonaro, mas com acordo político para manter a inelegibilidade dele. Não estamos tratando de inelegibilidade. Ele está inelegível por aquele absurdo daquela reunião de embaixadores. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. É muito difícil você conseguir anistiar ele politicamente, eleitoralmente —que era o certo. Eu tenho um projeto para isso, mas acho muito difícil de acontecer, infelizmente.

E o ex-presidente está ciente disso? Está consciente que não vão dar o direito a disputar a eleição. (…)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na casa em que cumpre prisão domiciliar, em Brasília. Foto: Gabriela Biló