A limusine preta conversível de Xi Jinping, presidente da China, chamou atenção durante inspeção das tropas na Praça da Paz Celestial na última terça (2). O veículo, batizado de Hongqi (Bandeira Vermelha, em português) se tornou um ícone nacional.
O carro foi apresentado em 1959, no Desfile do Dia Nacional, e desde então se tornou presença obrigatória em cerimônias oficiais, de paradas militares a encontros diplomáticos. Mais do que um meio de transporte, ele foi concebido como vitrine da indústria nacional e instrumento de propaganda política.
O Hongqi também faz parte de momentos históricos: durante a Revolução Cultural, Mao Zedong saudou os Guardas Vermelhos de uma limusine aberta. Em 1972, o presidente americano Richard Nixon circulou em um modelo da marca durante sua visita a Pequim, um gesto que marcou o início da aproximação entre países.
Hoje, o destaque é o modelo L5, o mais sofisticado já produzido pela estatal FAW (First Automobile Works). Equipado com motor V12 de 6,0 litros e mais de 400 cavalos de potência, ele vai de 0 a 100 km/h em 8,5 segundos e atinge até 210 km/h, apesar de pesar mais de três toneladas e medir 5,5 metros.
Veja detalhes sobre o veículo:
O interior é um capítulo à parte. Os assentos de couro contam com funções de massagem, aquecimento e ventilação. Detalhes em madeira e jade adornam o ambiente, que inclui telas de entretenimento para passageiros. O luxo é acompanhado por alta tecnologia em segurança, como tração integral, câmeras de 360 graus e controle de cruzeiro adaptativo.
O preço acompanha o prestígio: cerca de 5 milhões de yuans, (R$ 3,8 milhões). Mais que um automóvel, o L5 virou símbolo de status na China, cada vez mais procurado por empresários e figuras da elite local.
A produção do Hongqi é cuidadosamente associada ao orgulho nacional. A marca é promovida como a realização do sonho “Made in China”, concebida para ser conduzida por líderes do Partido Comunista e projetada para rivalizar com os sedãs de luxo ocidentais.