A regulação das redes vai ser feita “doa a quem doer”, diz Lula

Atualizado em 5 de setembro de 2025 às 22:12
O presidente Lula durante a entrevista para o SBT. Foto: Reprodução/SBTNews
O presidente Lula durante a entrevista para o SBT. Foto: Reprodução/SBTNews

Nesta sexta-feira (5), presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta que seu governo pretende regulamentar as plataformas digitais. Em entrevista ao SBT em Brasília para o repórter César Filho, ele afirmou que as regras valerão “doa a quem doer” e reforçou que normas aplicáveis na vida real também devem vigorar no ambiente virtual.

Lula destacou que a iniciativa de regulação das redes sociais visa garantir responsabilidade e equidade no uso dessas plataformas. Segundo ele, o governo seguirá com o projeto independentemente de resistências políticas ou pressões externas.

O presidente afirmou que “o ódio não tem que ser estimulado” e que, em vez disso, é preciso incentivar a paz, a harmonia, a tranquilidade e a boa convivência democrática. Ele acrescentou ainda que, deve ser promovida a civilidade entre os seres humanos e destacou: “queremos regular, e vamos regular, doa a quem doer”.

O líder do governo também criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), classificando-o como uma pessoa fora do padrão normal. Lula disse que Bolsonaro demonstra consciência de culpa ao solicitar anistia antes do fim de processos judiciais.

Segundo o estadista, ao pedir anistia antes do julgamento, Bolsonaro se “autocondena”. “O fato de pedir anistia antes de ser julgado significa que ele sabe que é culpado”, afirmou, ressaltando que essas ações refletem um histórico de conduta polêmica do ex-presidente.

Lula lembrou que Bolsonaro foi expulso do Exército por defender atos radicais, incluindo a ideia de soltar bombas dentro de quartéis. Para o presidente, episódios como esse reforçam a imagem de um político fora do padrão esperado.

Responsabilizou ainda o ex-presidente por impactos graves durante a pandemia de Covid-19. Lula afirmou que o ex-presidente carrega “a responsabilidade de pelo menos metade das mortes” causadas pelo vírus no país.

O julgamento envolvendo Bolsonaro, segundo Lula, tem caráter jurídico, mas também apresenta forte dimensão política. Ele questionou a narrativa de inocência proposta pela defesa do ex-presidente e comentou a tensão entre Congresso e Judiciário no contexto do julgamento sobre a ação do golpe de Estado. “É preciso que cada macaco fique no seu galho”, afirmou, reforçando a necessidade de respeito aos limites institucionais.

Veja um trecho da entrevista:

Lindiane Seno
Lindiane é advogada, redatora e produtora de lives no DCM TV.