Líderes de partidos que compõem a base do governo Lula na Câmara dos Deputados afirmam que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem atuado como relator “de fato” do projeto de lei de anistia a seu pai e a apoiadores bolsonaristas. O parlamentar, que está nos Estados Unidos articulando sanções contra o Brasil, é apontado como principal coordenador do texto. Com informações da coluna de Fábio Zanini na Folha de S.Paulo.
A percepção se intensificou após postagem feita pelo deputado em 4 de setembro, quando pediu a apoiadores que parassem de elaborar versões próprias do projeto e assegurou que a versão final está em fase de conclusão. O gesto foi interpretado como sinal de liderança sobre a proposta.
Os advogados Tiago Pavinatto e Flávia Ferronato redigiram, a pedido de parlamentares, um rascunho de anistia ampla a bolsonaristas. O documento circula entre aliados de Jair Bolsonaro (PL).
Segundo um dirigente de partido de esquerda, não está descartada a hipótese de Eduardo Bolsonaro ser formalmente designado relator do texto. Mesmo à distância, ele segue exercendo o mandato de deputado federal, o que permitiria assumir a função.
A definição oficial da relatoria cabe ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Até o momento, Motta não anunciou sua escolha. A tendência, no entanto, é de que o cargo não seja entregue a um parlamentar bolsonarista.
O debate sobre a anistia continua a gerar embates entre governo e oposição no Congresso. Enquanto bolsonaristas pressionam por uma versão ampla, setores da base governista trabalham para limitar o alcance do projeto e evitar que ele favoreça condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.