Atos do 7 de Setembro levam bolsonaristas às ruas, mas números decepcionam

Atualizado em 7 de setembro de 2025 às 19:21
Ato em SP reúne apoiadores de Bolsonaro contra julgamento no STF. Foto: Reprodução

As manifestações deste 7 de Setembro mostraram que a direita bolsonarista não conseguiu levar a quantidade de pessoas que os organizadores esperavam. Dados do Monitor do Debate Político do Cebrap apontam que o campo bolsonarista não lotou as avenidas como pretendia. Em Copacabana, no Rio, a concentração chegou a 30 mil pessoas. Na Paulista, em São Paulo, a movimentação também não atingiu as projeções de um grande “mar de verde e amarelo”.

No palco da orla carioca, Flávio Bolsonaro defendeu uma anistia “ampla, geral e irrestrita” e pressionou os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta e Davi Alcolumbre, para aprovarem a proposta. Ele disse que sem anistia eleitoral não há pacificação no país. Os discursos repetiram a retórica contra o ministro Alexandre de Moraes e exaltaram a figura do ex-presidente, ausente do ato por cumprir prisão domiciliar.

A expectativa de uma multidão histórica não se confirmou. O próprio pastor Silas Malafaia, principal articulador dos atos, evitou arriscar qualquer prognóstico sobre o tamanho das manifestações. A avaliação de bastidores é que a base bolsonarista ainda tem fôlego para mobilizações, mas perdeu força diante das derrotas judiciais de Jair Bolsonaro e do avanço das negociações políticas em torno da sucessão de 2026.

 Enquanto isso, o governo Lula aproveitou o contraste para reforçar o discurso de defesa da soberania nacional em Brasília. O presidente participou do desfile cívico oficial ao lado de ministros, com foco na imagem de estabilidade institucional, em oposição às manifestações que pediam anistia para condenados por crimes contra a democracia.

Os discursos da esquerda focaram na defesa da soberania nacional, especialmente após o tarifaço imposto pelos Estados Unidos, e pediram a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, além da rejeição à anistia aos réus do 8 de janeiro. A presença de lideranças como Guilherme Boulos (PSOL), Érika Hilton (PSOL) e do ministro Luiz Marinho (Trabalho) deu o tom político aos atos.