Líderes de PT e PSB querem que PF investigue uso de bandeira dos EUA em ato bolsonarista

Atualizado em 8 de setembro de 2025 às 20:29
Bandeira gigante dos EUA durante ato de bolsonaristas na Avenida Paulista, neste domingo (7). Foto: Reprodução

Os líderes do PSB e do PT na Câmara, Pedro Campos (PE) e Lindbergh Farias (RJ), protocolaram nesta segunda-feira (8) uma notícia de fato na Polícia Federal pedindo abertura de inquérito sobre o uso de uma bandeira norte-americana de grandes dimensões durante o ato bolsonarista realizado na Avenida Paulista em 7 de setembro.

Os deputados apontam que há fortes indícios de que a mesma bandeira foi utilizada dois dias antes, em 5 de setembro, em evento da National Football League (NFL) na Neo Química Arena, em São Paulo. A coincidência de datas, o tamanho do artefato e a complexidade logística do transporte reforçam a suspeita de reutilização.

Na representação, os parlamentares argumentam que eventual cessão ou apoio logístico de entidade estrangeira a uma manifestação política em território nacional pode configurar ilícito grave. A Constituição Federal e a Lei dos Partidos Políticos proíbem o financiamento ou subordinação de partidos a recursos externos.

Em documento, os autores afirmam: “Não se trata de gesto inocente, mas de parte de uma engrenagem de alinhamento da extrema-direita brasileira a interesses estrangeiros, visível no apoio a sanções contra o país, no uso de símbolos como o boné ‘MAGA’ de Donald Trump e nas conexões internacionais do bolsonarismo”.

Os deputados pedem que a Polícia Federal realize perícia das imagens para confirmar a origem da bandeira, identifique responsáveis pelo transporte e ouça representantes da NFL Brasil, além dos organizadores do ato político.

Caso seja constatada participação de agentes com foro privilegiado, os parlamentares solicitam que os autos sejam remetidos à Procuradoria-Geral da República, para que adote as medidas cabíveis junto ao Supremo Tribunal Federal.

🚨URGENTE – Manifestantes estendem bandeira dos EUA na Paulista pic.twitter.com/NuehxtOHiE

Confira a íntegra do documento: