
Na véspera da retomada do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), o governo dos Estados Unidos voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes. O subsecretário para Diplomacia Pública do Departamento de Estado, Darren Beattie, afirmou nesta segunda-feira (8) que Washington continuará a tomar medidas contra o magistrado.
Beattie declarou que o Dia da Independência do Brasil, celebrado em 7 de setembro, serviu como marco do apoio dos EUA ao povo brasileiro. Em sua fala, reforçou que as ações contra Moraes e autoridades brasileiras vistas como responsáveis por abusos de autoridade seguirão em curso. A declaração ocorre em um momento de tensão entre o governo Trump e o Supremo.
“Ontem marcou o 203º Dia da Independência do Brasil. Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores da liberdade e da justiça. Em nome do ministro Alexandre de Moraes e dos indivíduos cujos abusos de autoridade minaram essas liberdades fundamentais, continuaremos a tomar as medidas cabíveis”, disse.
Yesterday marked Brazil’s 203rd Independence Day. It was a reminder of our commitment to stand with the people of Brazil who seek to preserve the values of freedom and justice. For Justice Alexandre de Moraes and the individuals whose abuses of authority have undermined these…
— Senior Official for Public Diplomacy (@UnderSecPD) September 8, 2025
Aliados de Bolsonaro esperam que novas sanções sejam anunciadas, incluindo restrições de visto e punições financeiras. O nome da advogada Viviane Barci, esposa do ministro Moraes, foi citado como possível alvo. No último domingo (7), manifestantes bolsonaristas exibiram bandeiras dos EUA em protesto na Avenida Paulista.
Segundo fontes ligadas ao governo americano, também está em avaliação a suspensão de algumas das 700 exceções aplicadas à tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil. Essa medida, no entanto, é considerada mais difícil de implementar devido ao impacto econômico.
Na semana passada, Donald Trump afirmou que o Brasil passou a ser tratado com tarifas mais altas porque o país estaria “radicalmente à esquerda”. Em entrevista no Salão Oval, o presidente dos EUA declarou que a política do governo brasileiro estaria prejudicando a economia e afastando investidores.
Trump ainda foi questionado sobre possíveis sanções relacionadas à participação da delegação brasileira na Assembleia-Geral da ONU. O republicano não descartou a possibilidade de restringir vistos para autoridades, intensificando a pressão sobre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).