
A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil ameaçou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante o julgamento da trama golpista contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados nesta terça (9). Em nota, o órgão afirmou que tomará “medidas cabíveis” contra o magistrado.
A publicação foi feita no perfil oficial da embaixada no X e compartilha uma mensagem do subsecretário de Diplomacia Pública do Departamento de Estado, Darren Beattie, que atacou o magistrado e reclamou de “abusos de autoridade”.
“Dia 7 de setembro marcou o 203º Dia da Independência do Brasil. Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores de liberdade e justiça. Para o ministro Alexandre de Moraes e os indivíduos cujos abusos de autoridade têm minado essas liberdades fundamentais – continuaremos a tomar as medidas cabíveis”, escreveu a embaixada.

O post foi publicado durante a manhã, enquanto Moraes iniciava a leitura de seu voto contra os réus da trama golpista. O magistrado afirmou que “não há dúvidas” de que Bolsonaro tentou um golpe e liderou uma “organização criminosa”.
Essa não é a primeira ameaça da embaixada americana a Moraes. No mês passado, o órgão disse que o magistrado é “tóxico” e prometeu aplicar sanções contra pessoas próximas a ele, chamado de “violador de direitos humanos”.
A relação historicamente harmoniosa entre a embaixada e a Corte entrou em crise nos últimos meses após a articulação golpista do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. Membros do Supremo dizem que também existe uma tensão nos bastidores.
A situação se agravou ainda mais com a aplicação da Lei Magnitsky em julho, que resultou em sanções financeiras contra Moraes. Esse movimento foi visto como um ponto de ruptura, e hoje o diálogo entre o STF e a representação americana é descrito como praticamente inexistente.