Bolsonaristas intensificam pressão por anistia após votos contra golpistas no STF

Atualizado em 10 de setembro de 2025 às 7:30
Câmara durante votação. Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

O voto do ministro Alexandre de Moraes, que defendeu nesta terça-feira (9) a condenação de Jair Bolsonaro e outros sete réus no julgamento da trama golpista, provocou reação imediata no Congresso. A oposição anunciou que pretende intensificar a mobilização por uma anistia ampla e irrestrita para os condenados pelos atos de 8 de janeiro, além de acelerar propostas que buscam restringir os poderes do Supremo Tribunal Federal (STF).

O líder da oposição na Câmara, deputado Vitor Hugo (PL), afirmou que vai pressionar o presidente da Casa, Hugo Motta, a pautar a proposta de anistia já na próxima semana. A declaração foi feita no mesmo dia em que Moraes reforçou a gravidade da participação de Bolsonaro e de seus aliados na tentativa de golpe.

No Senado, o senador Flávio Bolsonaro (PL) classificou o julgamento como “o primeiro ato de uma farsa” e acusou Moraes de agir “com raiva, ódio e sem base jurídica”. As falas ampliaram a ofensiva da oposição contra o Supremo em meio ao julgamento.

Enquanto isso, o líder do PT na Câmara, deputado Reginaldo Lopes, avaliou que as declarações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante ato no domingo (7), acabaram enfraquecendo a narrativa da oposição. No discurso, Tarcísio defendeu anistia para Bolsonaro e chamou Moraes de “tirano”.

Nos bastidores, parlamentares governistas avaliam que a pressão da oposição sobre Hugo Motta deve ter pouca adesão junto ao Centrão. Eles acreditam que o tom adotado por Tarcísio repercutiu de forma negativa e pode isolar as articulações em torno da anistia.

A votação segue em andamento no STF. Até o momento, Moraes e Flávio Dino votaram pela condenação de Bolsonaro e dos demais réus, enquanto as discussões no Congresso refletem o impacto direto da decisão do Supremo no cenário político.