Gleisi rebate Casa Branca sobre uso de força militar contra o Brasil: “Cúmulo da conspiração”

Atualizado em 9 de setembro de 2025 às 20:17
Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais. Foto: Ton Molina/Estadão

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffman, reagiu nesta terça-feira (9) à declaração da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, de que Donald Trump não teria receio de usar meios econômicos ou militares para “defender a liberdade de expressão” em qualquer parte do mundo. A fala ocorreu após Leavitt ser questionada sobre eventuais medidas adicionais contra o Brasil em caso de condenação de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a porta-voz, não há previsão imediata de novas sanções tarifárias, mas o comentário sobre a possibilidade de recorrer a força militar gerou críticas no Brasil. Gleisi classificou a posição como “o cúmulo da conspiração da família Bolsonaro contra o país”.

Nas redes sociais, a ministra afirmou que não bastam as tarifas já impostas às exportações brasileiras e as sanções contra integrantes do governo e do Judiciário, consideradas por ela ilegais. Gleisi reforçou que a hipótese de intervenção militar para defender Bolsonaro seria “totalmente inadmissível”.

A ministra ironizou o argumento da Casa Branca de que estaria em jogo a liberdade de expressão. Ela ressaltou que os crimes atribuídos a Bolsonaro e aliados estão sendo julgados dentro do devido processo legal e não guardam relação com censura política.

Gleisi também direcionou críticas a Eduardo Bolsonaro, sem citá-lo nominalmente, ao afirmar que ele agiria contra os interesses do país e deveria ter o mandato parlamentar cassado.

As declarações ocorrem em meio ao julgamento no STF, em que Alexandre de Moraes e Flávio Dino já votaram pela condenação de Bolsonaro e de outros sete réus da trama golpista. A repercussão internacional do processo ampliou o debate político entre Brasil e Estados Unidos.