
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu nesta terça-feira (9) as declarações da Casa Branca, que mencionou o uso do “poder militar” e econômico dos Estados Unidos ao comentar o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF). Durante evento no Amazonas, Lula reafirmou a soberania nacional e disse que o Brasil não aceitará interferência externa.
“Esse país precisa passar por esse momento histórico de cabeça erguida. Esse país é soberano, já fez a sua independência. Esse país tem mulheres, homens e crianças que têm orgulho de ser brasileiros. Não precisamos de ninguém metendo o bedelho no nosso país. Cada um cuida do seu nariz; do nosso terreiro, cuidamos nós; do nosso quintal, cuidamos nós”, afirmou Lula.
A reação ocorreu horas depois de a porta-voz Karoline Leavitt declarar que os EUA não têm medo de usar força militar e sanções econômicas “para defender a liberdade de expressão” no mundo. A declaração foi dada após questionamento sobre o julgamento do ex-presidente Bolsonaro, que responde por tentativa de golpe de Estado.
🚨ATENÇÃO: Porta-voz de Trump, Karoline Leavitt admite que presidente pode utilizar poder militar e econômico para combater censura no Brasil
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Lula também criticou a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que desde março está nos Estados Unidos pedindo apoio ao governo Trump contra o julgamento do pai. “Esses caras tiveram a pachorra de mandar gente para os Estados Unidos para falar mal do Brasil e para condenar o Brasil, tentando dizer que o pai dele é inocente. O pai dele não é inocente, o pai dele tentou dar um golpe de Estado”, disse.
O julgamento no STF envolve Bolsonaro e outros sete réus, acusados de integrar o núcleo da tentativa de golpe que buscava impedir a posse de Lula em 2022. Nesta terça, o ministro Alexandre de Moraes votou pela condenação do ex-presidente, sendo acompanhado por Flávio Dino. O placar parcial é de 2 a 0.
Donald Trump tem criticado publicamente o processo no Brasil, chamando as ações contra Bolsonaro de “caça às bruxas”. Nesta semana, enviou uma carta a Lula classificando as condenações como “vergonha internacional”.