
O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk (do partido Plataforma Cívica, centro-direita), afirmou nesta quarta-feira (10) que o país está pronto para “reagir a ataques e provocações”. A declaração ocorreu um dia após a derrubada de três drones russos que violaram o espaço aéreo polonês na terça-feira (9). O episódio elevou a tensão na fronteira oriental da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Tusk disse a jornalistas que convocou uma reunião de emergência da aliança militar, com os 31 países integrantes, para discutir a situação. “A situação é séria, e ninguém duvida de que devemos nos preparar para diversos cenários”, afirmou.
O premiê ainda acrescentou que “não há razões para dizer que a Polônia está em um estado de guerra, porém nunca estivemos tão perto de um conflito armado desde a 2ª Guerra Mundial”.
O presidente polonês, Karol Nawrocki (Lei e Justiça, direita), também reagiu com dureza. Para ele, a violação do espaço aéreo foi um episódio “sem precedentes na história da Otan”. Segundo a agência russa RIA Novosti, o governo polonês convocou a autoridade de negócios da Rússia em Varsóvia para prestar explicações formais.
Na Ucrânia, o ministro das Relações Exteriores, Andrii Sybiha, declarou nesta quarta-feira (10) que Vladimir Putin “testa o Ocidente” e segue a “ampliar sua guerra”. A avaliação reforça o temor de que Moscou esteja usando a pressão sobre países vizinhos como estratégia para desestabilizar a região.

O Ministério da Defesa russo negou que o ataque tivesse como alvo a Polônia e alegou que a ação visava instalações industriais no oeste da Ucrânia. Em nota, a pasta afirmou estar disposta a dialogar com os governos envolvidos sobre o incidente.
Outros líderes internacionais também reagiram. A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, classificou a violação como “ataque deliberado” da Rússia. O presidente francês, Emmanuel Macron (Renascimento, centro), chamou o episódio de “simplesmente inaceitável”. Até o fim da tarde desta quarta-feira (10), a Casa Branca ainda não havia se manifestado oficialmente.
O abate dos drones foi o primeiro de equipamentos russos dentro do território polonês desde 2022, o que marca uma escalada no conflito. De acordo com as Forças Armadas da Polônia, caças poloneses e de aliados da Otan foram acionados para neutralizar os objetos. Ao todo, pelo menos 19 drones russos violaram o espaço aéreo na terça-feira (9).