
O senador bolsonarista Marcos do Val (Podemos-ES), afastado do mandato para cuidar da saúde mental, reapareceu nesta quarta-feira (10) afirmando que participou de uma suposta “reunião secreta” com o ministro Luiz Fux.
Após divulgar o conteúdo do encontro num vídeo, o senador apagou o post, mas ele já estava nas redes.
Segundo Do Val, o encontro teria servido para orientar o magistrado sobre como votar em favor de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, garantindo que escapasse de sanções dos Estados Unidos, como a Lei Magnitsky.
De acordo com o senador, Fux teria sido instruído a discordar inicialmente das ações do STF para evitar entrar na “lista” de magistrados punidos pelos EUA por julgarem Bolsonaro.
Do Val contou que a decisão do ministro de votar contra a denúncia da Procuradoria-Geral da República permitiu que ele permanecesse fora da lista de sancionados, alinhando seu voto à pauta da extrema-direita.
“Por que o Fux não entrou na lista dos Estados Unidos? Fiz a reunião. Foi excelente. O Fux é um cara humano, justo e já não aguentava mais ficar calado. E a conversa foi… Eu disse a ele: segue, inicia discordando do que tá acontecendo, do que o STF está fazendo, porque o seu nome vai entrar na lista. E expliquei o que era a lista. Inicialmente perde visto”, disse Do Val.
Jason Miller, conselheiro de Donald Trump e defensor das sanções aplicadas contra o ministro Alexandre de Moraes, elogiou o voto de Fux no julgamento de Jair Bolsonaro e de outros sete acusados por tentativa de golpe de Estado. Fux defendeu a anulação completa do processo, alegando incompetência do Supremo para julgar a ação.
Em suas redes sociais, Miller afirmou durante a leitura do voto: “O ministro Fux está absolutamente destruindo a guerra política de notícias falsas que Alexandre de Moraes vem travando contra o presidente Jair Bolsonaro e o povo de bem do Brasil. As acusações contra o presidente Bolsonaro são fraudulentas e inconstitucionais!”.
No voto, Fux argumentou que o STF não tem competência para julgar a ação, uma vez que nenhum dos réus possui foro privilegiado. “Não estamos julgando pessoas com prerrogativa de foro. Estamos julgando pessoas que não têm prerrogativa de foro. O fundamento apontado nas preliminares é a ausência de prerrogativa de foro”, declarou.
Também rejeitou a acusação de crime de organização criminosa armada, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), e criticou o volume de provas e a complexidade do processo, que, segundo ele, dificultaram a defesa dos réus.
FUX APOIA GOLPISTAS
Taii o maldito vídeo do doido falando do traídor
A revelação de Marcos do Val sobre o voto de Fux no STF
Senador bolsonarista diz que teve uma ‘reunião secreta’ com o ministro do Supremo para orientar como ele deveria votar de modo a escapar de sanções. pic.twitter.com/GobKwrwhkz— Naotente paródia (@mcmoon_buk) September 10, 2025