Lindbergh diz que voto de Fux “ofusca” atuação do advogado de Bolsonaro

Atualizado em 10 de setembro de 2025 às 21:45
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, falando em microfone, de perfil, sério, gesticulando
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias – Gabriel Paiva/PT

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou nesta quarta-feira (10) que o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), “ofusca Celso Vilardi”, advogado de Jair Bolsonaro ao sustentar pontos semelhantes aos da defesa durante o julgamento da trama golpista. A declaração foi feita em publicação nas redes sociais.

Vilardi apresentou teses que foram retomadas no voto de Fux. O ministro divergiu do relator Alexandre de Moraes e defendeu a anulação do processo em três momentos, alegando incompetência da Primeira Turma, necessidade de julgamento no plenário e cerceamento de defesa.

Além disso, Fux sugeriu que o Supremo não pode se transformar em “tribunal de exceção”, destacando que a Corte deve limitar-se a avaliar a legalidade das condutas e não realizar juízo político. Ele também afirmou que Bolsonaro não poderia ser condenado por atos de terceiros ocorridos no 8 de janeiro de 2023.

Em outro ponto, Fux reconheceu a validade da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, que incriminou o ex-presidente, mas considerou que os elementos apresentados não sustentam a acusação da Procuradoria-Geral da República. O magistrado também votou pela absolvição de Bolsonaro nos cinco crimes descritos na denúncia.

Até agora, os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram pela condenação de todos os oito réus. Fux divergiu, absolvendo Bolsonaro e outros acusados. Ainda faltam os votos de Cármen Lúcia e Cristiano Zanin para a conclusão da análise.