
O ex-presidente Jair Bolsonaro apareceu na garagem de sua casa em Brasília na manhã desta quinta (11), dia decisivo no julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF). Na breve aparição, permaneceu cerca de 25 minutos ao lado do cunhado, Eduardo Torres, no condomínio do Jardim Botânico, em Brasília.
Segundo a Folha de S.Paulo, o ex-presidente demonstrou calma, posou para fotógrafos, acenou para apoiadores e cumprimentou vizinhos, mas não respondeu às perguntas de jornalistas. Ele cumpre prisão domiciliar há mais de um mês, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes por descumprir medidas cautelares.
🎦 Bolsonaro aparece na porta de casa em Brasília em dia decisivo de julgamento no STF. Ex-presidente ficou no local por 25 minutos e apresentou quadro de soluços; ele pode ser condenado nesta quinta-feira (11) 📲📰 Leia mais em https://t.co/12oD8xHcWt pic.twitter.com/Su044FXaqS
— Folha de S.Paulo (@folha) September 11, 2025
O caso no STF já reúne expectativa de desfecho desfavorável a Bolsonaro. Até agora, o placar está em 2 a 1 pela condenação. Moraes (o relator) e Flávio Dino votaram por considerá-lo culpado, enquanto Luiz Fux divergiu, defendendo a absolvição.
O processo será retomado com o voto da ministra Cármen Lúcia, esperado com grande expectativa. A avaliação de acusação e defesas é que a magistrada tende a confirmar a condenação, com base em manifestações anteriores, como no recebimento da denúncia em março, quando fez duras críticas à trama.
A situação de outros réus já aponta para maioria pela condenação. O tenente-coronel Mauro Cid, delator do esquema, e o general Walter Braga Netto, ex-ministro e vice na chapa de Bolsonaro em 2022, foram considerados culpados por Moraes, Dino e também por Fux.
Fux absolveu outros cinco nomes ligados ao caso: Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira. Nos votos de Moraes e Dino, todos eles foram considerados culpados. Assim, o julgamento segue dividido em relação a esses réus.
Antes de votar, Fux ainda tentou anular o processo por entender que o STF não teria competência para julgar o caso, já que nenhum dos acusados mantém foro privilegiado. Essa posição, porém, foi rejeitada pelos demais ministros da Turma, que reafirmaram a legitimidade da Corte para conduzir o julgamento.