Salário do CEO do Itaú é o maior do país, enquanto mil funcionários são demitidos

Atualizado em 11 de setembro de 2025 às 12:28
Fachada do banco Itaú. Foto: Reprodução

Enquanto o CEO do Itaú, Milton Maluhy Filho, recebe o maior salário executivo do Brasil — R$ 67,7 milhões por ano —, mil trabalhadores foram dispensados de uma só vez. A justificativa do banco foi “baixa produtividade”. Relatos de ex-funcionários, porém, indicam outra realidade. Muitos afirmam que trabalharam de forma contínua e sem ausências. Há quem relate jornadas longas, sete dias seguidos, até de madrugada, para entregar resultados. Mesmo assim, foram dispensados.

A disparidade é grande. De um lado, trabalhadores que se dedicaram anos ao banco e agora estão sem emprego, com direito apenas à rescisão contratual. De outro, um executivo que recebe mais de R$ 5 milhões por mês. O Itaú, que em 2024 registrou lucros bilionários, manteve a decisão de corte de pessoal.

O episódio evidencia o contraste entre remunerações elevadas no topo da instituição e as demissões na base. Pais e mães que dedicaram anos ao banco enfrentam agora dificuldades financeiras após a perda do emprego. O nome de Milton Maluhy passa a ser associado ao debate sobre desigualdade social no setor financeiro.

Milton Maluhy Filho, presidente do Itaú. Foto: reprodução

O contraste com a remuneração do CEO expõe a diferença de realidades. Em um único mês, o valor recebido pelo executivo equivale ao sustento de centenas de famílias. O questionamento que fica é sobre a política de gestão adotada pelo banco: cortes de pessoal na base, ao mesmo tempo em que se mantêm altos salários na direção.

A decisão do Itaú também levanta discussão sobre critérios de produtividade. Qual é a régua aplicada a um executivo que recebe R$ 67,7 milhões por ano? Quem avalia se esse salário é compatível com a realidade do país?

A medida simboliza um modelo de gestão que altera o mercado financeiro e que prioriza ajustes na base, preservando os cargos executivos. Milton Maluhy passa a ser visto como representante desse cenário, no qual há forte contraste entre altos salários e demissões em massa. E investidores temem a maior fraude do sistema financeiro.