O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) comentou o julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que não se surpreenderia se seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, acabasse preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. O parlamentar ainda elogiou o voto do ministro Luiz Fux, que defendeu a anulação do processo da trama golpista.
“Desses caras, nada me surpreende”, afirmou o senador. Aliados próximos a Bolsonaro dizem que ele está em pânico diante da possibilidade de ser condenado e enviado para a Papuda, temendo ser hostilizado e humilhado por outros presos.
Flávio afirmou que a Primeira Turma ficou dividida e acusou Alexandre de Moraes de agir por motivação pessoal. “Quer condenar porque quer condenar. Porque não gosta do Bolsonaro”, prosseguiu.
O senador considerou “revoltantes” os votos para condenar o ex-presidente, de Moraes e Flávio Dino. “É uma falácia, eles mentem no voto deles. Mentem, mentem, mentem. Descaradamente”, acrescentou.
O senador deixou seu gabinete logo após o término do voto de Fux e afirmou que o ministro derrubou “ponto a ponto” as acusações contra o ex-presidente: “Tem um juiz que vai ponto a ponto. Ele esmiuçou, é irrefutável o voto dele”.
Cármen Lúcia, que retoma o julgamento nesta quinta (11), deve apresentar voto contrário a Bolsonaro. Segundo Flávio, ela prepara um texto de 400 páginas, embora apenas uma versão resumida seja lida em plenário. “Vai ter que fazer um voto contrário, se for para seguir o Alexandre de Moraes. Mais fácil vai ser [dizer] ‘acompanho o relator’, e vai para casa”, ironizou.
O senador também comentou a expectativa em torno do voto de Cristiano Zanin, que deve encerrar a análise. Ele acredita que o placar final seja de 4 a 1 pela condenação do ex-presidente, restando apenas o voto de Fux pela absolvição.
Apesar disso, Flávio aposta na aprovação da anistia no Congresso. Ele criticou o que considera manobras para excluir Jair Bolsonaro do benefício e disse ver risco de o STF derrubar a lei. “Ficam esses caras inventando que anistia é inconstitucional. Mais uma vez, é um casuísmo para não atingir Bolsonaro”, completou.