VÍDEO – Cármen Lúcia e Dino provocam Fux sobre tempo do voto e licença para “prosa”

Atualizado em 11 de setembro de 2025 às 16:51
Cármen Lúcia durante o julgamento de Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

O voto da ministra Cármen Lúcia, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), começou com uma breve provocação a Luiz Fux, que falou por aproximadamente 14 horas na última quarta-feira (10) para absolver o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela trama golpista. No dia anterior, ele pediu aos colegas que não o interrompessem, afirmando que não daria “apartes” aos demais magistrados. Flávio Dino, no entanto, pediu uma licença para interromper Cármen em poucos minutos.

“Desde que rápido”, brincou a ministra, em referência ao longo voto de Fux. “Mas eu concedo, como sempre, pois está no regimento do Supremo e o debate faz parte dos julgamentos. Tenho o maior gosto de ouvir, eu sou da prosa”, concluiu.

Dino agradeceu a gentileza de Cármen e explicou porque o voto dele foi “curto” em comparação aos demais: “Eu tenho uma técnica de banco de horas, pois faço o voto curto para fazer muitos apartes”.

Na sequência, a decana ainda acalmou o público que teme novas longas horas diante do julgamento: “Eu escrevi 396 páginas, presidente. Mas eu não vou ler, vou ler um resumo”, disse arrancando risos no tribunal.

Até o momento, votaram os ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino e Luiz Fux. O placar é de 2 a 1 contra Bolsonaro e já há maioria para condenar o tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, e o general Walter Braga Netto, ex-ministro e ex-candidato a vice.

Moraes votou a favor da condenação de todos os réus por todos os crimes citados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e foi seguido por Dino. Fux votou contra condenar Bolsonaro, mas defendeu que Braga Netto e Cid sejam punidos por tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito.

Depois do posicionamento da magistrada, será apresentado o último voto, o do ministro Cristiano Zanin. A ordem segue a antiguidade no STF e o presidente da Primeira Turma será o último a se manifestar sobre o caso.

Acompanhe o julgamento ao vivo:

A Corte julga os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Além de Bolsonaro, são réus do “núcleo central” da trama golpista:

  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.
Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.