Lenio Streck fez previsão sobre pena de Bolsonaro e comemora: “Acertei!”

Atualizado em 11 de setembro de 2025 às 20:27
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sentado, com tornozeleira e pernas cruzadas, de camiseta da CBF
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em prisão domiciliar – Reprodução/Redes Sociais

O jurista Lenio Streck, um dos mais citados no mundo em Teoria do Direito, calculou cerca de oito dias antes da condenação que a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficaria entre 24 e 26 anos, podendo chegar no máximo a 27.

Em 19 de agosto, em entrevista à colunista Bela Megale, do jornal O Globo, Streck apresentou sua projeção, que se aproximou do resultado final fixado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 27 anos e três meses.

“Calculo que, pelo crime de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, ele deve ser condenado entre quatro e oito anos de prisão. Pela tentativa de golpe, mais oito anos. Por participação em organização criminosa, entre sete e oito anos. Por dano qualificado, creio que Bolsonaro será condenado entre um e três anos e, por deterioração de patrimônio, mais dois anos”, pontuou.

Na ocasião, o jurista afirmou que se tratava de um “exercício de cálculo” e destacou que, diante das acusações, a pena dificilmente ultrapassaria os 27 anos. A previsão ficou próxima do resultado consolidado no julgamento, concluído em 9 de setembro de 2025, quando o STF fixou a condenação em 27 anos e três meses.

O jurista Lenio Streck sério, gesticulando e falando, de óculos, sem olhar para a câmera
O jurista Lenio Streck – Reprodução

Além da estimativa sobre a pena, Streck avaliou o regime de cumprimento. Segundo ele, Bolsonaro deveria cumprir a condenação em um presídio comum, como a Papuda, em Brasília, e não em prisão domiciliar, salvo se comprovasse problemas de saúde graves.

O jurista explicou que, por ser ex-presidente, Bolsonaro teria direito a cela individual e a permanecer sozinho, mas sem prerrogativa de ficar em unidade militar. Streck ressaltou que, como militar reformado condenado por crimes comuns, o político não poderia ser direcionado a uma instalação militar:

“Bolsonaro tem que ir para uma prisão convencional, como a Papuda, mas tem direito a uma cela individual e a ficar sozinho. Como ele é ex-presidente, o Estado precisa garantir esse direito. Ele é um militar reformado e cometeu um crime comum, então não pode ficar em uma unidade militar”.

Jessica Alexandrino
Jessica Alexandrino é jornalista e trabalha no DCM desde 2022. Sempre gostou muito de escrever e decidiu que profissão queria seguir antes mesmo de ingressar no Ensino Médio. Tem passagens por outros portais de notícias e emissoras de TV, mas nas horas vagas gosta de viajar, assistir novelas e jogar tênis.