
Parlamentares bolsonaristas retiraram requerimentos que tinham como alvo o advogado Nelson Willians, conhecido por ostentar um estilo de vida luxuoso nas redes sociais, que segue na mira da CPI mista do INSS, conforme informações do colunista Lauro Jardim, do Globo.
A deputada Bia Kicis (PL-DF) e o senador Izalci Lucas (PL-DF) desistiram de pedidos para convocar o advogado e para quebrar seus sigilos fiscal e bancário. Ambos não justificaram a retirada.
Apesar disso, Willians ainda enfrenta outros requerimentos no colegiado, apresentados pelos governistas Rogério Correia (PT-MG) e Duarte Jr. (PSB-MA), vice-presidente da comissão, além de Alfredo Gaspar (União-AL), relator da CPI.
Operação da PF
O escritório do advogado foi alvo da Operação Cambota, desdobramento da Operação Sem Desconto, que investiga fraudes no INSS. A PF apura sua relação com o empresário Maurício Camisotti, preso no mesmo dia, e também transações financeiras consideradas atípicas.
Agentes estiveram tanto na casa quanto no escritório de Willians, em São Paulo, onde encontraram dezenas de obras de arte. De acordo com fontes da investigação, o Coaf identificou movimentações suspeitas de cerca de R$ 4,3 bilhões entre 2019 e 2023 envolvendo o escritório.
Prisões autorizadas pelo STF
Além das buscas, a PF prendeu Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e o empresário Maurício Camisotti. Eles são acusados de operar um esquema de desvio de recursos de aposentados e pensionistas.

Segundo a investigação, o “Careca do INSS” atuava como intermediário de sindicatos e associações, recebendo valores descontados indevidamente dos beneficiários e repassando parte a servidores do Instituto, familiares e empresas ligadas a eles.
A PF informou que pessoas físicas e jurídicas ligadas a Antônio Carlos Camilo Antunes receberam R$ 53.586.689,10 diretamente das entidades associativas ou por meio de suas empresas. Ao todo, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão.