PUC-RS censura apresentação de Eduardo Bueno após declarações sobre Charlie Kirk

Atualizado em 12 de setembro de 2025 às 23:35
Peninha Bueno: censurado na PUC-RS

A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) decidiu cancelar a apresentação do jornalista e escritor Eduardo Bueno, marcada para o dia 14 de setembro em Porto Alegre.

O espetáculo, intitulado “Brasil: Pecado Capital”, tinha como proposta narrar a história das três capitais brasileiras — Salvador, Rio de Janeiro e Brasília — e discutir como a construção do poder nacional sempre esteve ligada a esquemas, desvios e superfaturamentos.

A censura ocorreu após declarações de Bueno sobre o assassinato do ativista de extrema-direita estadunidense Charlie Kirk, morto no dia 12 de setembro de 2025.

Em vídeo divulgado nas redes, o historiador disse que era “terrível um ativista ser morto por ideias, exceto quando é Charlie Kirk” e que “foi bom para suas filhas”. As falas provocaram reações imediatas de políticos e influenciadores “conservadores” e motivaram a rescisão do contrato para realização do evento.

Em nota oficial, a PUC-RS alega que a atividade não integrava a programação institucional da universidade e que seria promovida por terceiros em espaço destinado à locação para eventos. “A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) informa que o evento ‘Brasil: Pecado Capital com Eduardo Bueno’ não será mais realizado no Salão de Atos Ir. Norberto Rauch, em razão da rescisão do contrato de locação”, afirmou a instituição.

A universidade inventou que “reforçou” seu compromisso com a liberdade de expressão, mas destacou que repudia qualquer manifestação contrária à vida e à dignidade humana. “Tal postura não condiz com nossa cultura nem com nossos valores institucionais”, concluiu a nota.

O vereador portoalegrense Ramiro Rosário, do Novo, chegou ao ponto de denunciar a filha de Bueno, que, segundo ele, mora nos EUA, ao consulado “alertando sobre ameaça à segurança de brasileiros e americanos com essas declarações”.

Rosário, incansável em sua busca por calar Bueno, festejou a decisão da PUC. “Essa é uma vitória de quem acredita que o respeito à vida deve se sobrepor a qualquer discordância política. A universidade fez a escolha certa”, escreveu.