Maduro convoca civis para “aprender a atirar” em meio a tensão com EUA

Atualizado em 13 de setembro de 2025 às 9:17
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Foto: Leonardo Fernandez Viloria/Reuters

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou reservistas e jovens alistados a comparecerem aos quartéis neste fim de semana para receber treinamento militar. Em discurso transmitido pela TV estatal na sexta-feira (12), o líder venezuelano disse que os exercícios incluirão práticas de tiro para preparar a população diante das tensões com os Estados Unidos.

Segundo Maduro, todos os cidadãos que se inscreveram para servir deverão aprender técnicas militares básicas e, principalmente, a manusear armas de fogo. Ele afirmou que a mobilização tem como objetivo a defesa da pátria diante do que chamou de ameaças externas. “Quem quer paz, prepare-se para defendê-la”, declarou.

A escalada ocorre após o envio de oito navios de guerra e caças F-35 dos EUA para o sul do Caribe, em agosto. Washington afirma que a missão busca combater o tráfico internacional de drogas, mas Maduro acusa o governo estadunidense de tentar intervir em países da América Latina sob esse pretexto.

Barco da Guarda Costeira da Venezuela monitora costa de Puerto Cabello diante das tensões com a aproximação de navios militares dos EUA, em 11 de setembro de 2025. Foto: Juan Carlos Hernandez/ Reuters

O presidente venezuelano também afirmou ter mobilizado “fuzis, tanques e mísseis” para reforçar a segurança nacional. Além disso, ordenou o deslocamento de pelo menos 25 mil militares para regiões fronteiriças com a Colômbia e o Caribe, ao mesmo tempo em que convocou a população a integrar a Milícia Bolivariana, composta por civis.

Maduro disse que busca reduzir as tensões, mas ao mesmo tempo garantiu que todas as armas disponíveis no país foram mobilizadas para um eventual conflito. A ofensiva retórica aumenta a instabilidade na região, em meio à presença militar dos EUA no Caribe e ao temor de novos atritos diplomáticos e militares.