Após Bolsonaro, Moraes terá novo confronto com Eduardo no STF; saiba todos os detalhes

Atualizado em 13 de setembro de 2025 às 12:30
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Foto: Reprodução

Após a condenação de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o foco da Corte se volta agora para Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O deputado é investigado por sua atuação nos Estados Unidos em articulações contra a soberania nacional e deve se tornar réu em processo que envolve também o ex-presidente. O caso será relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, em mais um embate direto entre o magistrado e a família Bolsonaro.

Em agosto, a Polícia Federal indiciou pai e filho por coação e tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito. Segundo a investigação, Eduardo articulou sanções do governo estadunidense contra autoridades brasileiras, incluindo ministros do STF, numa tentativa de interferir no julgamento que condenou os réus da trama golpista.

Especialistas afirmam que há farta documentação contra o deputado. Para a professora Adriana Cecilio, da Universidade Nove de Julho, os próprios discursos de Eduardo evidenciam sua ligação com as tratativas que levaram ao tarifaço e à cassação de vistos de autoridades. Já Pedro Serrano, da PUC-SP, avalia que as provas já justificariam um pedido de prisão preventiva. Com informações do Estadão.

Paulo Figueiredo durante entrevista coletiva nos Estados Unidos ao lado de Eduardo Bolsonaro e outros bolsonaristas, em março de 2024. Foto: Mandel Ngan/AFP

O constitucionalista Lenio Streck, da Unisinos, reforça que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, não tem alternativa senão oferecer denúncia. Caso a prisão seja decretada, Eduardo poderia ser considerado foragido por residir nos Estados Unidos desde março, o que abriria espaço para pedidos de cassação de seu mandato na Câmara.

O jurista Walter Maierovitch destaca o ineditismo do processo, que poderá julgar pai e filho juntos por crimes políticos. Segundo ele, as evidências mostram que Eduardo agiu com conhecimento e anuência de Jair Bolsonaro em ações que atentaram contra o interesse nacional.

Mesmo diante do avanço das investigações, Eduardo mantém o tom de confronto. Após a condenação do pai, publicou ataques a Moraes e comparou o ministro a líderes autoritários, além de prometer que “novidades vêm aí” com apoio de Donald Trump. O deputado também celebrou o tarifaço de 50% imposto pelos EUA contra produtos brasileiros, visto como resultado direto de suas articulações em Washington.