
Jornalistas americanos estão sendo demitidos e até uma roteirista de série para TV, Gretchen Felker-Martin, da DC Comics, é perseguida nos Estados Unidos por terem dito que o líder extremista Charlie Kirk, assassinato com um tiro no pescoço, era o que sempre foi.
Que era fascista, supremacista, homofóbico, negacionista e incentivador de armas de fogo para contenção da violência. Para dizer o mais óbvio, Kirk foi morto pelo que pregava. Que matassem o inimigo.
Kirk assegurava que era preciso atirar no que se mexesse, se a suspeita fosse de que ali estava um inimigo a ser eliminado. Matar era o verbo preferido de Kirk.
E jornalistas perderam o emprego por terem dito muito menos do que está escrito acima, como aconteceu com Matthew Dowd, mandado embora do canal americano MSNBC.
É guerra pesada. Ativistas de extrema direita fazem campanha nas redes sociais para que os críticos de Kirk, e principalmente os que estariam comemorando a sua morte, sejam denunciados publicamente.
Tem funcionado. Empresas informadas sobre empregados que estariam festejando a morte do rapaz estão demitindo os dedurados. Há investigações dentro das corporações, segundo o The New York Times.
O argumento mais calhorda, usado pelos que atacam os que relembram quem era Kirk, é o de que estão usando uma linguagem inadequada na hora da morte de um líder político.
Kirk era um fascista estimulador de ódio e violência, não era um pacifista, mas não querem que digam o que ele realmente era.
Era considerado um extremista entre os próprios republicanos, que têm subdivisões ideológicas internas. Era da extrema direita da direita do trumpismo e tinha críticos entre o velho conservadorismo republicano.
Mas não querem que digam que o fascista morto era fascista, porque está morto. Circulam pela internet ataques aos que identificaram Kirk como homem violento, inclusive no Brasil, porque alguns teriam dito que é um supremacista a menos.
Eu não digo nada. Digo apenas que Charlie Kirk era um fascistão e que tem muito
imitadores no Brasil. E que há aqui tantos fascistas quanto nos Estados Unidos, acionados pelo bolsonarismo.
Há aqui tantos fascistas quanto na Argentina de Javier Milei e em todos ao países em que a extrema direita chegou ao poder.
Eu digo apenas, para concordar com o que mais se repete, que há um fascista a menos no
mundo. Um armamentista a menos, um pregador de ódio e de morte a menos. Um homófobo a menos.
Um neonazista que odiava diferentes e imigrantes e exaltava as virtudes da escravidão foi eliminado por uma arma que ele via como defesa a que todos teriam direito, desde que na mão de um neonazista da era Trump.
É só o que tenho a dizer. Que o demónio, se existe mesmo, encarregue-se de cuidar da alma de Charlie Kirk, desde que não seja um incômodo.