Filha de Fachin é agredida e chamada de “lixo comunista” em campus da UFPR

Atualizado em 15 de setembro de 2025 às 6:35
Melina Fachin, professora da UFPR e filha do ministro do STF Edson Fachin. Reprodução

A professora Melina Fachin, diretora do Setor de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e filha do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, foi alvo de agressão verbal e cuspe dentro do campus na última sexta-feira (12/9). O autor, ainda não identificado, chamou a docente de “lixo comunista”.

O ataque foi confirmado em comunicado pelo advogado Marcos Gonçalves, esposo de Melina. Segundo ele, um homem branco abordou a professora no campus, a insultou e cuspiu em sua direção. O texto responsabilizou a escalada do discurso de ódio por atos de violência política registrados no país.

O advogado também relacionou o episódio a recentes tumultos ocorridos na própria universidade. Na semana anterior, estudantes bloquearam o acesso ao prédio de direito para impedir um evento organizado por apoiadores de Jair Bolsonaro, intitulado “Como o STF tem alterado a interpretação constitucional?”.

A atividade, marcada para a semana do julgamento de Bolsonaro e de outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado, acabou cancelada pela administração da UFPR. Ainda assim, o vereador Guilherme Kilter (Novo-PR) e o advogado Jeffrey Chiquini tentaram entrar no local, gerando confronto.

Em nota, o Setor de Ciências Jurídicas relatou que, mesmo após o cancelamento e a ordem para não ingressarem no prédio, os organizadores insistiram em forçar a entrada. O comunicado também criticou a presença de forças de segurança pública dentro do espaço acadêmico sem solicitação institucional.

Na ocasião, Melina Fachin não estava presente no prédio. Apesar disso, o vereador Guilherme Kilter notificou judicialmente a professora e o reitor da universidade, Marcos Sfair Sunye, para que prestem esclarecimentos sobre a decisão de cancelar o evento.

O episódio da sexta-feira (12) intensificou a preocupação com a segurança de docentes e estudantes. Nas redes sociais, mensagens de solidariedade a Melina foram compartilhadas por juristas e entidades ligadas à defesa da democracia.