
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), marcou presença no domingo (14) no culto que celebrou o aniversário de 67 anos do pastor Silas Malafaia, na Penha, Zona Norte. Durante o evento, Paes destacou os 20 anos de amizade com o líder religioso e reforçou seu apoio, mesmo com “divergências políticas”.
No discurso, Paes relembrou um episódio que envolve ambos: durante seu governo anterior, a Marcha Para Jesus patrocinada pelo município foi alvo de uma ação judicial movida pelo Ministério Público, que questionava a laicidade do Estado e considerava o patrocínio ilegal. Tanto Paes quanto Malafaia chegaram a ser citados como réus na ação criminal.
“Quando a juíza nos tornou réus, Silas Malafaia foi ao YouTube, gravou um vídeo e criticou a decisão de forma intensa. Eu fiquei preocupado, pensando que ele poderia nos prejudicar, e ele respondeu: ‘Ela já está com pré-julgamento’”, relatou o prefeito.
“Só pensava: já pensou se eu fosse condenado e ficasse preso na mesma cela que ele? Que desespero que ia ser a minha vida”, afirmou.
Paes encerrou o discurso puxando o saco do golpista: “Silas, meu pastor, um momento complexo, esquisito. Independente de orientação política, estamos do seu lado. Mexeu com Silas Malafaia, mexeu comigo. Viva a vida de Silas Malafaia, esse grande pastor”.
Eduardo Paes e Silas Malafaia, de novo… pic.twitter.com/nDf3HtRcip
— Denise X (@denise_mury) September 15, 2025
De acordo com a Procuradoria-Geral da República, o bolsonarista Malafaia teria atuado como “orientador e auxiliar das ações de coação” atribuídas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Pela decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, Malafaia está proibido de deixar o país, teve seus passaportes cancelados e deve entregar os documentos no prazo de 24 horas. Além disso, o pastor não pode se comunicar com os demais investigados nas ações penais relacionadas à suposta tentativa de golpe de Estado.
A decisão também aponta que a Polícia Federal identificou diálogos entre Jair Bolsonaro e Silas Malafaia a partir de 9 de julho deste ano, data em que foram anunciadas as tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil.
Segundo o magistrado, as investigações indicam “fortes indícios de participação de Silas Malafaia na empreitada criminosa, de maneira dolosa e com unidade de desígnios” em alinhamento com o ex-presidente e o deputado federal.