O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou que Washington adotará novas sanções contra o Brasil em resposta ao julgamento de Jair Bolsonaro. Em entrevista à Fox News nesta segunda (15), ele declarou que as medidas devem ser anunciadas já na próxima semana.
“O Estado de Direito está entrando em colapso”, disse Rubio, alegando que há juízes “ativistas” no Brasil, em especial um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que teria “perseguido Bolsonaro” e até tentado fazer “reivindicações extraterritoriais contra cidadãos americanos”.
“Haverá uma resposta dos EUA a isso, e faremos alguns anúncios na próxima semana sobre as medidas adicionais que pretendemos tomar”, prosseguiu Rubio. As declarações foram dadas durante entrevista realizada em Jerusalém.
Rubio também atacou o Brasil após decisão da Justiça contra empresas e cidadãos estrangeiros. “O julgamento é apenas mais um capítulo de uma crescente campanha de opressão judicial que tem tentado atingir empresas americanas e até mesmo pessoas que operam fora dos Estados Unidos”, acrescentou.
O ex-presidente foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão na última semana por tentativa de golpe. Antes da ameaça, Rubio já havia classificado o processo como uma “caça às bruxas” e prometido acompanhar de perto os desdobramentos no Brasil.
O alerta do secretário ocorreu um dia depois de o presidente Lula publicar um artigo no jornal The New York Times. No texto, Lula afirmou que “soberania e democracia não se negociam” e enviou um recado direto ao governo Trump contra possíveis retaliações.
O presidente brasileiro também destacou estar “orgulhoso” da decisão do Supremo Tribunal Federal que condenou Bolsonaro e reiterou seu apoio às instituições democráticas.
Órgãos e autoridades dos Estados Unidos têm atacado Alexandre de Moraes e o Supremo Tribunal Federal desde o julgamento. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, chegou a dizer que Trump “não tem medo de usar meios econômicos nem militares para proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo”.
A Embaixada dos Estados Unidos também fez uma ameaça a Moraes. Em nota, o órgão afirmou que tomaria “medidas cabíveis” contra o magistrado.