
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Penal do Distrito Federal apresente, em até 24 horas, um relatório sobre a escolta realizada para levar Jair Bolsonaro ao hospital DF Star, em Brasília. A ordem foi expedida nesta segunda-feira (15), após o ex-presidente ter sido submetido a exames e procedimentos médicos.
Moraes questionou por que Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar, não foi levado diretamente para casa após a alta hospitalar. O ministro determinou que o relatório detalhe o carro usado no transporte, os agentes que acompanharam o ex-presidente e os motivos da demora no retorno ao domicílio.
O procedimento médico incluiu a retirada de oito lesões de pele, que foram encaminhadas para biópsia. Segundo o cirurgião Cláudio Birolini, responsável pelo atendimento, as amostras eram de manchas marrons regulares, que passarão por análise para verificar se são benignas ou malignas.

Bolsonaro deixou o hospital por volta das 14h do domingo (14), acompanhado de seu médico e do filho Jair Renan (PL-SC). Ele foi visto em silêncio na porta da unidade de saúde, com um curativo no pescoço, enquanto Birolini prestava esclarecimentos à imprensa. O ex-presidente não falou com apoiadores nem com jornalistas.
A prisão domiciliar foi determinada por descumprimento de medidas judiciais, como a proibição de usar redes sociais, e pela descoberta de uma minuta de pedido de asilo político na Argentina em seu celular. Essa decisão não está relacionada à condenação de 27 anos e três meses de prisão definida na semana passada pelo STF, que ainda pode ser alvo de recursos.
Com a determinação de Moraes, caberá agora à Polícia Penal do Distrito Federal esclarecer os procedimentos adotados durante a saída de Bolsonaro do hospital e justificar os motivos da ausência de retorno imediato ao domicílio, conforme exige a decisão judicial.