A Faria Lima foi avisada do plano para assassinar o delegado? Por Moisés Mendes

Atualizado em 16 de setembro de 2025 às 7:01
Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo. Foto: Divulgação

Os parceiros da Faria Lima na lavagem de dinheiro sujo podem ter feito a primeira vítima desde a descoberta das conexões do crime organizado com as fintechs e ramificações das organizações financeiras de São Paulo.

Um ex-delegado-geral do Estado foi assassinado hoje na Praia Grande. Ruy Ferraz Fontes, que ficou conhecido por atuar contra o PCC, foi abatido a tiros de fuzil quando saía da sede da prefeitura.

Fontes trabalhava como secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande. Foi delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo de 2019 a 2022 e também atuou como diretor do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital).

Era um policial exemplar, reconhecido por sua bravura pelos colegas no enfrentamento do crime organizado. O PCC não matou um delegado comum.

Sua morte significa que o crime organizado, agora articulado com o mercado financeiro do arcabouço fiscal, decidiu mostrar as garras depois das investigações que denunciaram sua infiltração na Faria Lima.

O que o governador Tarcísio de Freitas, que está se habilitando a ser o chefe do bolsonarismo com Bolsonaro preso, irá dizer do assassinato que expõe ainda mais as relações da bandidagem com a direita paulista da área financeira, ou esse não é um problema dele?

E a seguir uma dúvida que perturba: o PCC avisou seus comparsas da Faria Lima de que iria eliminar o delegado? Ou o mercado financeiro ainda não suja as mãos com execuções?

Enquanto isso, enquanto os bandidos dominam São Paulo, Tarcísio se dedica à campanha pela anistia de Bolsonaro.

Moisés Mendes
Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim) - https://www.blogdomoisesmendes.com.br/