
O escritor e historiador Eduardo Bueno afirmou se arrepender da forma como comentou o assassinato do influenciador de extrema-direita estadunidense Charlie Kirk, mas reiterou a opinião de que o mundo é um lugar melhor sem ele.
“Não restam dúvidas de que eu me excedi. É evidente, é óbvio, eu não precisava de pessoas externas para dizer isso porque eu mesmo sei”, disse Bueno em entrevista à Folha de S.Paulo, apresentando-se como pacifista e defensor de campanhas pelo desarmamento.
“O que eu disse, de uma forma e de um jeito equivocado, no momento equivocado, foi algo que eu mantenho”, afirmou. “O mundo fica melhor com a ausência de pessoas que nem o cara que foi assassinado [Charlie Kirk], cujo assassinato eu não celebrei.”
Kirk foi morto com um tiro no pescoço durante um evento na Universidade do Vale do Utah, na última quarta-feira (10). Aliado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o extremista participava de debates frequentes em instituições de ensino americanas.
Declarações sobre Charlie Kirk
Em vídeo publicado na sexta-feira (12), Bueno ironizou a morte de Kirk. “É sempre terrível, não é? Um ativista sendo morto por suas ideias. Exceto quando é o Charlie Kirk! Mataram o Charlie Kirk, ai, coitado, tomou um tiro, não sei se na cara.”
Ele continuou: “O Charlie Kirk, sabe quem é? Ele tem duas filhas pequenas [na verdade, Kirk deixa um filho de 1 ano e uma filha de 3]. Que bom para as filhas dele, que vão crescer sem a presença de um sujeito repugnante, canalha, racista, homofóbico, ligado ao pedófilo do Donald Trump.”
Eduardo Bueno, o Peninha, comemorou em vídeo a morte de Charlie Kirk. Não parou aí: debochou das filhas, da família e ridicularizou a dor de amigos.
Esse não é o primeiro crime de ódio desse historiador de extrema esquerda.
Segue o fio com suas “BUENAS IDEIAS”. pic.twitter.com/n3n3ufUkQW
— Ramiro Rosário (@curtaramiro) September 12, 2025
As falas geraram forte repercussão e levaram a PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) a cancelar o evento com o historiador, que ocorreria no domingo (14).
Segundo Bueno, sua forma de se expressar prejudicou o argumento que pretendia construir sobre as declarações de Kirk. “A morte dessa criatura deveria servir para as pessoas saberem mais de que tipo de gente se tratava. E eu não colaborei para desmascarar o cara. Pelo contrário, fiz o oposto”, declarou.
Após a repercussão, ele disse ter cometido excessos e afirmou ser alvo de campanhas para desviar a atenção do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF).