
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi empossado nesta terça-feira (16) como líder da minoria na Câmara dos Deputados, em uma estratégia para evitar que ele perca o mandato por excesso de faltas. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que fugiu para os Estados Unidos em fevereiro, teve sua licença parlamentar expirada em 20 de julho. Desde então, as ausências começaram a ser registradas oficialmente.
A manobra foi articulada pelo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), e pela deputada Caroline de Toni (PL-SC), que renunciou ao posto de líder da minoria para abrir espaço para Eduardo. A decisão foi anunciada no início da tarde, quando Caroline comunicou a renúncia e declarou apoio ao colega.
“Gostaria de comunicar a todos a minha renúncia à liderança da minoria da Câmara dos Deputados para transferir essa responsabilidade ao deputado Eduardo Bolsonaro. Tomamos essa decisão convictos de que o Brasil precisa de união e de coragem especialmente diante das perseguições políticas que tanto Eduardo quanto Jair Bolsonaro estão sofrendo”, disse.
De acordo com o regimento interno da Câmara, cabe ao maior partido de oposição indicar o líder da minoria, mas a nomeação precisa ser oficializada pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). O anúncio aconteceu em coletiva no Salão Verde da Câmara, conduzida por Sóstenes Cavalcante e Caroline de Toni.
Parabenizo o deputado @BolsonaroSP, que assume hoje como Líder da Minoria na Câmara.
Força nessa missão, Eduardo. Confiamos na sua liderança firme e corajosa para enfrentar o sistema e defender o povo brasileiro.Registramos também nosso reconhecimento à deputada @CarolDeToni,… pic.twitter.com/46OFgE8Q4k
— Sóstenes Cavalcante (@DepSostenes) September 16, 2025
A assessoria de Motta, porém, negou que tenha havido acordo prévio com o PL para garantir a nomeação de Eduardo.
A justificativa para blindar o deputado está em um ato da Mesa Diretora de 2015, aprovado ainda sob a presidência de Eduardo Cunha, que determina que as ausências de líderes partidários e de integrantes da Mesa sejam automaticamente consideradas justificadas, sem necessidade de registro individual.
Foi esse dispositivo que o PL resgatou para assegurar que Eduardo não corra risco imediato de cassação. “Devo neste momento em que a Carol abre mão como um gesto de sua grandeza a ser registrado no nosso partido pela eternidade. A nomeação está sendo feita neste exato momento”, afirmou Sóstenes.
O líder do PL também exaltou o filho do ex-presidente em suas redes sociais. “Força nessa missão, Eduardo. Confiamos na sua liderança firme e corajosa para enfrentar o sistema e defender o povo brasileiro”, escreveu. A deputada Caroline de Toni, que abriu mão do posto, será indicada para a primeira vice-liderança da minoria, de modo a continuar participando das articulações políticas em Brasília enquanto Eduardo permanece fora do país.