VÍDEO – Valdemar ameaça “parar o Senado” por anistia e fala em “guerra”

Atualizado em 17 de setembro de 2025 às 13:16
O ex-presidente Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Foto: Reprodução

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, ameaçou “parar o Senado” se o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), não pautar um projeto de anistia que inclua Jair Bolsonaro. O ex-presidente foi condenado pelo STF a 27 anos de prisão por sua participação na tentativa de golpe de Estado.

“Vamos tentar ter um entendimento com Alcolumbre, porque nós vamos ter poder. Na minha opinião, a única arma que nós temos dentro da lei é a obstrução. E nós podemos parar o Senado. Isso é um prejuízo muito grande para o governo”, declarou em entrevista à coluna de Paulo Cappelli no Metrópoles.

Valdemar disse que partidos como PL, PSD, PP, Republicanos e até setores do União Brasil vão se unir para obstruir os trabalhos. Ele ainda insistiu que já há apoio suficiente para a medida.

“Nós temos hoje um time junto com a gente. Nós temos o Kassab [presidente do PSD], que já se manifestou a favor da anistia. Não vai ser 100%, mas vamos ter a maioria. Temos o União Brasil, o PP, temos aí o Republicanos, temos muita gente. A guerra vai ser grande”, prosseguiu.

Questionado se aceitaria uma anistia apenas para os manifestantes do 8 de Janeiro, excluindo Bolsonaro, Valdemar descartou a hipótese.

“Não há essa possibilidade. Nós temos que ver como vai chegar isso aí e como nós vamos proceder. Com certeza nós temos votos para aprovar. Acontece que é difícil com o governo trabalhando contra. Prejudica muito a vida da gente, porque máquina é máquina. O governo tem muita força”, afirmou.

Na Câmara, o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) prometeu votar nesta quarta (17) o requerimento de urgência do projeto de anistia. A medida não decide o conteúdo, mas acelera a tramitação. Para a oposição, só o avanço já significa uma vitória parcial.

Alcolumbre reiterou que não permitirá a votação de qualquer projeto que beneficie diretamente Jair Bolsonaro. Segundo ele, a medida seria inconstitucional. Essa posição coloca em rota de colisão o Senado e a oposição bolsonarista, que busca pressionar para alterar o cenário.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.