
O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, declarou nesta quarta-feira (17) que a Faixa de Gaza é uma potencial “mina de ouro” imobiliária. Em conferência em Tel Aviv, afirmou que já iniciou negociações com os Estados Unidos para dividir o território após a guerra.
Segundo o jornal Times of Israel, Smotrich destacou que “a demolição, primeira etapa da renovação, já foi feita” e que um plano de negócios está nas mãos do presidente americano Donald Trump.
As declarações ocorrem em meio a fortes críticas internacionais. A União Europeia anunciou proposta para restringir laços comerciais com Israel e aplicar sanções a ministros israelenses, incluindo Smotrich. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reiterou apoio à solução de dois Estados e pediu cessar-fogo imediato, ajuda humanitária e libertação dos reféns do Hamas.
Il Ministro delle Finanze terrorista israeliano Bezalel Smotrich ha definito Gaza una “miniera d’oro” immobiliare, affermando che Israele sta discutendo con gli Stati Uniti su come dividere il territorio dopo la guerra. pic.twitter.com/sDSUtluH95
— Patty ❤Salento🏵 (@Patty66509580) September 17, 2025
No mesmo dia, Israel anunciou a abertura de uma rota temporária para a saída de civis da Cidade de Gaza, alvo da ofensiva terrestre iniciada na terça-feira (16). De acordo com a ONU, quase um milhão de pessoas viviam na região até agosto. A nova operação militar intensificou o deslocamento em massa, apesar de muitos palestinos afirmarem que não pretendem deixar o enclave por não verem local seguro.
A Comissão Internacional Independente de Investigação da ONU declarou na terça-feira (16) que “um genocídio está acontecendo em Gaza”, mencionando o deslocamento forçado da população. Israel rejeitou o relatório, classificando-o como “tendencioso e mentiroso” e pedindo a dissolução imediata do grupo de investigadores.

Smotrich já havia defendido a anexação de Gaza em ocasiões anteriores. Em julho, em evento intitulado “A Riviera de Gaza – da visão à realidade”, disse que o enclave se tornaria parte inseparável de Israel com apoio de Trump. Em maio, afirmou que o objetivo era deixar Gaza “totalmente destruída” e transferir os palestinos para outra área no sul.
O Washington Post publicou em agosto que Trump avalia colocar Gaza sob controle americano por dez anos. O plano incluiria pagar parte da população palestina para se mudar, em caráter permanente, e reconstruir a região como polo turístico apelidado de “Riviera do Oriente Médio”. A proposta foi rejeitada pelos palestinos e pela maior parte da comunidade internacional.