
A União Europeia anunciou nesta quarta-feira (17) a suspensão parcial do apoio financeiro e comercial destinado a Israel, em resposta ao agravamento da crise humanitária na Faixa de Gaza. A decisão foi comunicada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que destacou a necessidade de medidas imediatas diante da situação.
De acordo com o comunicado oficial, a suspensão atinge dotações previstas para o período de 2025 a 2027, além de projetos de cooperação institucional em andamento. O pacote também inclui propostas de sanções contra ministros israelenses classificados como extremistas e contra colonos acusados de violência na Cisjordânia.
Von der Leyen declarou que “os horríveis acontecimentos que ocorrem diariamente em Gaza devem cessar” e pediu um “cessar-fogo imediato, acesso irrestrito à ajuda humanitária e a libertação de todos os reféns mantidos pelo Hamas”. Ela reafirmou ainda que a União Europeia continua sendo “o maior doador de ajuda humanitária e defensora da solução de dois Estados”.
Na prática, a medida retira de Israel o acesso preferencial ao mercado europeu, estabelecido por acordos anteriores. Com isso, os produtos israelenses passarão a ser tributados como os de países sem acordo de livre comércio com o bloco.
A chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, já havia antecipado a proposta em entrevistas recentes, lembrando que o comércio entre a União Europeia e Israel atingiu 42,6 bilhões de dólares em 2024, dos quais 37% tiveram benefícios preferenciais. Ela ressaltou que “não há solução militar para o conflito, caso contrário, ela já teria sido alcançada”.
O governo israelense reagiu com críticas. O ministro das Relações Exteriores, Gideon Saar, afirmou que as medidas não ficarão sem resposta. “As medidas contra Israel serão respondidas em consequência, e esperamos não ter que recorrer a elas”, declarou em sua conta na rede X.
The recommendations of the college of Commissioners led by President von der Leyen are morally and politically distorted, and it is to be hoped that they will not be adopted as has been the case so far.
Moves against Israel will harm Europe’s own interests.
Israel will continue…— Gideon Sa'ar | גדעון סער (@gidonsaar) September 17, 2025